Os franceses mostraram "o seu desejo de virar a página de sete anos de poder desdenhoso e corrosivo" do chefe de Estado Emmanuel Macron, disse Le Pen, eleita na primeira volta no seu círculo eleitoral no Norte. O "bloco macronista" foi "praticamente aniquilado", afirmou a líder do RN, apelando ao povo francês para que dê ao partido de extrema-direita "uma maioria absoluta".
O líder da União Nacional, Jordan Bardella, apelou hoje à mobilização dos eleitores para a segunda volta das legislativas, salientando que vai ser uma “das mais determinantes da história” e que os franceses deram este domingo um “veredicto indiscutível”.
“Os franceses, três semanas depois das eleições europeias, deram um veredicto indiscutível e mostraram claramente que querem uma mudança”, afirmou Jordan Bardella num discurso no pavilhão Wagram, no 17.º bairro de Paris.
Num púlpito com a frase “a mudança começa” e uma bandeira de França do lado direito, Bardella considerou que, ao colocarem a União Nacional (Rassemblement National, em francês) à frente na primeira volta, os franceses criaram “uma esperança sem precedentes em todo o país”.
O líder da União Nacional defendeu que, com os resultados de hoje, a coligação presidencial “já não pode ganhar” as legislativas, pelo que a França tem agora uma escolha entre “dois caminhos: de um lado, a aliança do pior, a Nova Frente Popular, unidos atrás do Jean-Luc Mélenchon, que levaria o país à desordem, à insurreição e à ruína”.
“Do outro, a União Nacional. Esta aliança inédita, motivada pelo interesse nacional e, a partir de agora, a única barreira que pode fazer com que a França ganhe, que protege as nossas instituições, restabelece a segurança, decreta a paz fiscal e defende o trabalho”, disse.
Salientando que as eleições do próximo domingo - a segunda volta das legislativas - vão ser “das mais determinantes em toda a história da Quinta República”, Bardella pediu aos franceses que se juntem a ele e “criem uma dinâmica para fazer com que a União Nacional ganhe perante os que pretendem dividir, perturbar a ordem pública e espezinhar os valores” da França.
“No próximo domingo, se os eleitores nos derem uma maioria absoluta para voltarmos a levantar o país, pretendo ser o primeiro-ministro de todos os franceses”, garantiu.
O partido de extrema-direita União Nacional (RN), de Marine Le Pen e seus aliados, está na frente na primeira volta das eleições legislativas francesas, com mais de 34% dos votos, de acordo as primeiras projeções.
A extrema-direita está nesta fase à frente da aliança de esquerda Nova Frente Popular, que segundo as sondagens à boca das urnas contará com um resultado entre 28,5% e 29,1%. A uma distância ainda maior está o partido do campo do Presidente Emmanuel Macron (20,5% a 21,5%).
Comentários