“Mário Soares foi uma figura extraordinária que constantemente pôs o seu país em primeiro lugar e lutou pela democracia e pelos Direitos Humanos”, pode ler-se na mensagem enviada às redações pelo embaixador Robert Sherman.
O embaixador norte-americano lembra que os livros de história dizem como, “armado apenas com uma licenciatura em direito e o seu forte empenho na liberdade, [Mário Soares] acabou por se tornar um líder entre aqueles que se opunham ao regime autoritário de António Salazar, e foi exilado pelos seus esforços neste sentido”.
Robert Sherman recorda que assim que Mário Soares pôde voltar a Portugal, depois da Revolução dos Cravos, em 1974, “trabalhou de forma incessante para evitar que Portugal caísse na esfera soviética e num regime totalitário”.
O embaixador diz ainda que o ex-presidente passou “inúmeras horas” na casa que é agora a sua residência a colaborar com o então embaixador norte-americano Frank Carlucci “para promover a democracia e os Direitos Humanos em Portugal”.
“O trabalho que estes dois grandes homens fizeram mudou o rumo da história e preparou o terreno para as atuais relações EUA-Portugal. A relação que criaram continua a ser fortalecida, e os laços entre as nossas duas grandes nações continuam a intensificar-se”, pode ler-se.
Robert Sherman define Mário Soares como um “fervoroso defensor dos Direitos Humanos e da democracia”, frisando que vai recordar para sempre as conversas entre ambos “com muita estima”.
Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 7 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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