Marques Mendes revelou que foi na quinta-feira, após a aprovação com os votos de três partidos — BE, PSD e CDS — de uma norma obrigando os atuais administradores da CGD a entregarem no Tribunal Constitucional as declarações de património, que António Domingues “manifestou a intenção de sair” e “na sexta-feira apresentou o pedido por escrito ao presidente do conselho fiscal da CGD”.
“Entre sexta-feira e hoje — e por isso é que o Ministério das Finanças só anunciou hoje a demissão — foram feitas várias tentativas de que ele recuasse na sua decisão”, sem êxito, explicou o comentador social-democrata.
Na sua opinião, a promessa feita a António Domingues de que não teria de apresentar qualquer declaração de rendimentos “nunca devia ter sido feita”.
“Eu julgo que António Domingues, apesar de ter de ir apresentar ao Tribunal Constitucional as declarações de rendimentos, pensava que elas permaneceriam confidenciais, mas, com a aprovação desta norma [uma proposta do PSD introduzida através de uma alteração ao Orçamento do Estado para 2017] não tinha escapatória”, sustentou.
Houve, inclusive, uma repetição da votação da lei na Assembleia da República na passada quinta-feira — um procedimento pouco habitual –, e “os três partidos que a tinham aprovado mantiveram a sua votação”, numa jogada que Marques Mendes classificou como “xeque-mate”.
“António Domingues considerou que esta era uma lei ‘ad hominem’ [aprovada especificamente para esta situação, para o obrigar a tornar pública a sua declaração de rendimentos] e ficou ofendido com a sua aprovação”, observou.
Marques Mendes expressou o desejo de que “este seja o fim desta novela e que o assunto se resolva com rapidez, porque a Caixa anda há quase um ano a ser falada”.
O comentador televisivo frisou ainda que toda esta polémica “não vai afetar de forma nenhuma a recapitalização da Caixa, que irá por diante independentemente da equipa” que a executa.
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