“São inúmeros os estragos causados pela subida do caudal do rio Douro nas margens do Porto e Gaia, com especial relevo para os impactos verificados na Marina do Freixo, pelo que o Sport se insurge contra a descoordenação e inoperacionalidade de meios de proteção civil e socorro”, afirma, em comunicado.
De acordo com o Sport, “a Capitania informou publicamente que não iria haver cheia pouco tempo antes desta ocorrer, da mesma forma que nem a polícia marítima nem a autoridade marítima estiveram no local durante nem após o rio ter transbordado”.
“A gestão do fluxo de água foi errada e, ao contrário do já acontecido no passado com uma coordenação mais adequada entre descargas das diversas barragens (responsabilidade da EDP), desta vez em pouco mais de uma hora foi aumentado o débito da albufeira de Crestuma em quase 3 vezes, impossibilitando as infraestruturas a jusante de se prepararem para a situação extrema que se verificou quase repentinamente”, sustenta o club.
Refere ainda que “os novos meios navais adquiridos pela Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) para acorrer a situações de emergência na via navegável do Douro estão inoperacionais, porque foram colocados em Leixões no pico do inverno e impossibilitando a sua navegação entre o local onde ficaram erradamente acostados e o rio Douro, que é a razão de ser da sua aquisição. Nestas circunstâncias, os referidos meios não conseguem transpor a barra”.
Segundo o Sport, “a Câmara Municipal do Porto foi a única entidade a colocar meios operacionais e incansáveis trabalhadores no apoio à resolução da situação de crise na Marina do Freixo”.
o concessionário da Marinha do Freixo considera que “muito há a fazer para corrigir erros atuais e passados, aprendendo com a descoordenação mais uma vez provada, pelo que se exigem medidas urgentes para evitar situações dramáticas e riscos materiais e humanos perfeitamente solucionáveis”.
Na sexta-feira, devido às condições meteorológicas provocadas pela depressão Elsa, o rio Douro galgou as margens tendo no pico da maré subido 1,20 metros e entrado quase 30 metros pela Praça da Ribeira, no Porto, o mesmo sucedendo do lado de Vila Nova de Gaia.
As águas entraram em casas e estabelecimentos comerciais nas duas margens, tendo a situação melhorado no sábado com a redução das descargas das barragens e a melhoria das condições atmosféricas.
Os fortes efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, provocaram dois mortos, um desaparecido, deixaram 144 pessoas desalojadas e 320 pessoas deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.200 ocorrências no continente português, na maioria inundações e quedas de árvore.
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