Segundo José António Garcês, as 27 pessoas (20 de Ponta Delgada e sete de Boa Ventura) foram para casa de familiares e amigos e não têm as suas habitações danificadas, já que o único imóvel que ruiu era uma casa de férias.
O autarca falava aos jornalistas em São Vicente, onde também o secretário regional dos Equipamentos, João Fino, fez um ponto de situação dos trabalhos desenvolvidos pelas autoridades.
De acordo com o governante, depois deste “fenómeno extremo de precipitação” que motivou várias inundações, sem danos pessoais a registar, estão a avançar trabalhos de desobstrução nas estradas regionais 211 e 220, bem como no acesso ao túnel Eng.º Duarte Pacheco, mas apenas poderão ficar concluídos no sábado, tendo em conta as limitações de proceder às operações durante a noite.
Questionado sobre se a freguesia da Ponta Delgada deixará de ficar isolada esta noite, João Fino respondeu afirmativamente, mas sublinhou que o rescaldo só pode ser feito no sábado.
“Continua a chover, amanhã de manhã é altura de fazer o rescaldo. Iremos desobstruir o que conseguirmos durante a noite”, afirmou o secretário regional, apelando para que as pessoas permaneçam em casa, apesar de o tempo estar a melhorar.
Também José António Garcês remeteu para sábado uma avaliação mais precisa dos estragos, referindo que a prioridade é “pôr as vias transitáveis” e que, depois da limpeza, os residentes retirados poderão voltar a casa.
“Os carros arrastados são poucos. São os que estavam nas vias, foram alguns”, afirmou, ainda sem ter um número exato de viaturas danificadas.
Para que os meios de socorro e segurança possam circular sem restrições, referiu, o túnel entre a Fajã da Areia e Ponta Delgada foi interrompido.
Mau tempo não fez danos pessoais
O serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) da Madeira refere não haver "danos pessoais a registar" nas sequência das chuvas fortes que têm caído, especialmente no norte da ilha.
"Em virtude das condições meteorológicas adversas que afetaram a costa norte, Boaventura e Ponta Delgada, foram registadas algumas ocorrências de inundações e interrupções de vias", refere o SRPC na sua página na Internet.
Este serviço adianta que estão "mobilizados meios dos Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz, Direção Regional de Estradas, PSP, Serviço Regional de Proteção Civil de São Vicente e que estão a proceder a reconhecimento das várias situações identificadas".
"Não existem danos pessoais a registar", conclui a nota.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, José António Garcês, disse "não haver pessoas desabrigadas, nem desalojadas”.
“Há pessoas retiradas das habitações e que se encontram em casas de familiares por precaução", explicou.
"Não há danos pessoais", reiterou, salientando que o Governo Regional reforçou os meios de socorro e de reabilitação no concelho.
As chuvas fortes no norte da ilha provocaram inundações nos concelhos de São Vicente e de Santana, sobretudo nas freguesias da Boaventura, Ponta Delgada e Arco de São Jorge.
Naquelas zonas, foram registados transbordos de ribeiras, enxurradas de lama e pedras, algumas derrocadas e quedas de árvores, corte de estradas, a destruição de uma casa desabitada e algumas viaturas encurraladas em túneis.
Estragos significativos
Segundo o 'Jornal da Madeira', um temporal esta sexta-feira na maior ilha do arquipélago "está a gerar estragos significativos nesta dia de Natal, sobretudo no norte da ilha". Nessa zona, "nomeadamente na Ponta Delgada e Boaventura, já inundou estradas e casas, prendendo pessoas e causando danos materiais em automóveis".
O temporal também já originou derrocadas pelo menos na zona de Santana, segundo o relato de José António Freitas, comandante dos bombeiros locais, à RTP.
Já uma derrocada na entrada do túnel Duarte Pacheco, que liga o Arco de São Jorge à Boaventura cortou também a ligação entre estas duas freguesias, descreve o 'Diário de Notícias da Madeira'.
A chuva está a cair desde a noite desta quinta-feira. Ao 'Diário de Notícias da Madeira', o presidente da junta de freguesia de Ponta Delgada descreve uma "situação catastrófica" no norte da ilha da Madeira. Até o cemitério daquela localidade foi inundado, como mostram os vídeos partilhados pela imprensa local.
Trovoada, chuva e queda de granizo tem marcado o dia de Natal em grande parte da Madeira, excetuando a ponta oeste da ilha.
O arquipélago está hoje sob aviso amarelo para precipitação, mas o diretor do Observatório de Meteorologia da Madeira, Victor Prior, adiantou à Lusa que a previsão é que durante a noite as condições comecem a melhorar.
De acordo com Victor Prior, cerca das 18:00, a Estação Meteorológica registou 161 milímetros de precipitação no Porto Moniz, 115,7 milímetros no Pico do Arieiro, 90 milímetros em Santana, 76 no Pico Alto, 40 milímetros no Funchal e 39 milímetros em Porto Moniz.
Ao início da tarde, a Direção Regional de Estradas emitiu um comunicado onde dava conta de várias estradas encerradas precisamente nas localidades de Ponta Delgada, Boaventura, Santana e São Jorge.
A chuva continua a cair com intensidade, acompanhada pela trovoada. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê a melhoria das condições apenas a partir de amanhã.
Segundo as previsões do IPMA nos dias 25 e 26, "o estado do tempo no arquipélago da Madeira, será condicionado pela ação conjunta de uma depressão centrada a sudoeste do arquipélago, com expressão em altitude, e de um anticiclone localizado a nordeste dos Açores e em deslocamento para oeste".
Assim, "prevê-se a ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada, que diminuirão gradualmente de intensidade a partir do dia 26".
*Com Lusa
Notícia atualizada às 22:58
Comentários