Segundo a informação revelada pela Associação Nacional de Farmácias ao Jornal de Notícias, em 2023 foram vendidas 82.513 embalagens de produtos aprovados pelo Infarmed para o combate à obesidade em Portugal. Estes valores representam uma subida de 80% face às 45.787 vendidas em 2019.
O aumento é tanto mais impressionante tendo em conta que estes são medicamentos com preços entre os 80 e 240 euros e que, apesar de necessitarem de receita médica, não são comparticipados pelo Sistema Nacional de Saude. De acordo com o Infarmed, estes fármacos “não têm neste momento enquadramento legal para ser comparticipados em Portugal”.
Na opinião de José Silva Nunes, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, o facto da Direção-Geral da Saúde ter considerado a obesidade uma doença ajudou à mudança de perceções e incentivou profissionais de saúde e o público a combaterem-na de forma mais assertiva.
No entanto, a subida da compra dos medicamentos anti-obesidade esconde um grave problema de acesso, já que este “está limitado às pessoas com maior disponibilidade financeira”, mas “são as classes economicamente mais desfavorecidas que têm maiores taxas de prevalência de obesidade”, defende José Silva Nunes ao JN.
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