Este ano, esse valor já ultrapassa os 96 milhões de euros, adianta em comunicado a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN).
“A cada segundo que passa, a dispensa de medicamentos genéricos gera um valor de 18,42 euros às famílias portuguesas e ao Estado nas farmácias comunitárias”, refere a associação, citando dados do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde e do contador ‘online’ no site da APOGEN, lançado em 2020, através de uma parceria entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a APOGEN.
Segundo a associação, os genéricos permitiram alocar à saúde, em 2023, um financiamento superior a 580 milhões de euros, mais 71,6 milhões do que em 2022, o número mais alto de sempre em 13 anos de contabilização.
No total, entre 2011 e 2023, os medicamentos genéricos já permitiram libertar recursos no valor de 5.860 milhões de euros.
De acordo com os dados, foram dispensadas, no ano passado, cerca de 108 milhões de embalagens de genéricos nas farmácias comunitárias, representando um crescimento de 5,7% face a 2023.
A presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves, salienta no comunicado “o caminho favorável ancorado na confiança de utentes e profissionais de saúde acerca dos medicamentos genéricos”, afirmando que “estas tecnologias proporcionam o cumprimento do direito fundamental à proteção da saúde”.
Destaca que estas terapêuticas mais custo-efetivas garantem o maior acesso à saúde, aumentam o acesso à inovação e contribuem para a redução das desigualdades sociais, assim como permitem a prevenção da doença e o aumento da esperança média de vida.
“O valor gerado, ano após ano, reflete o papel destas alternativas terapêuticas na economia, na saúde e na coesão social, principalmente numa altura em que o controlo da despesa pública com medicamentos é uma dimensão indispensável para assegurar a sustentabilidade e a eficiência financeira do SNS [Serviço Nacional de Saúde”, afirma Maria do Carmo Neves.
Para viabilizar as mais-valias dos genéricos e biossimilares e os resultados gerados no círculo virtuoso da sustentabilidade da saúde, defende ser “fundamental a criação de condições de previsibilidade e de atratividade deste setor estratégico, especialmente num período em que são relatadas barreiras no acesso devido à atual escassez de diversas apresentações no mercado”.
A presidente da ANF, Ema Paulino, diz, por seu turno, que “a grande maioria da população está hoje familiarizada com os medicamentos genéricos”.
Isso deve-se em grande parte “ao papel do farmacêutico comunitário na promoção [dos genéricos] e no aconselhamento prestado nas farmácias no ato da dispensa, contribuindo também para uma melhoria no acesso e, por conseguinte, na adesão dos utentes aos seus tratamentos”.
Ema Paulino congratula-se com os resultados obtidos em 2023, mas considera que se pode fazer mais.
“Para continuar a estimular o crescimento da sua quota de mercado é essencial que se proceda à revisão do modelo de incentivos à dispensa de medicamentos genéricos às farmácias, através da atualização dos critérios do regime vigente, proposta que a ANF tem apresentado como estratégica para estimular a promoção do acesso ao medicamento”.
Comentários