A confirmação de Cosgrave como novo CEO da Web Summit surge após a saída de Katherine Maher do cargo e foi feita pelo próprio nas redes sociais.

"Hoje regresso como CEO da Web Summit. Quando me afastei no ano passado, foi a primeira vez que tirei uma folga em 15 anos. Deu-me tempo para pensar na Web Summit, na sua história, na razão pela qual comecei-a sozinho a partir do meu quarto e no que queria que fosse", escreve Cosgrave.

"Aproveitei para reencontrar velhos amigos da Web Summit e ouvir o que tinham a dizer e o que queriam da Web Summit. Alguns avanços tecnológicos, relacionamentos, parcerias e empresas incríveis cresceram a partir dos nossos eventos e eu quero continuar a construir sobre isso. Para lá de tudo o resto, o que eu quero fazer é aumentar ainda mais esta missão para construir comunidades ainda mais fortes dentro da Web Summit", continua.

Recorde-se que Cosgrave abandonou o cargo a 21 de outubro de 2023 devido a uma publicação feita em reação ao conflito reativado na Faixa de Gaza. Nesse post, entretanto apagado, na rede social X (antigo Twitter), partilhou um gráfico que comparava o número de mortes de palestinianos e israelitas de 2008 a 2023, afirmando estar “chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com exceção em particular do governo da Irlanda”, país de onde é natural.

“Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando são cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”, escreveu Cosgrave.

Em reação a esta publicação, não só o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, anunciou o boicote à conferência, como várias empresas cancelaram a sua participação na edição de 2023 da cimeira, como a Amazon, a Meta, a Google, a Siemens e a Intel.

Tamanha reação obrigou Cosgrave não só a retratar-se publicamente, como também a pedir a demissão. "Infelizmente, os meus comentários pessoais tornaram-se numa distração do evento, da nossa equipa, dos nossos patrocinadores, das nossas startups e das pessoas que compareceram", afirmou.