“Na América do Sul, os senhores sabem, estamos em meio a uma onda migratória de grandes proporções. Estima-se que mais de um milhão de venezuelanos já deixaram seu país em busca de novas condições de vida”, disse Michel Temer na abertura da 73.ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
“O Brasil tem recebido todos os que chegam em seu território (…) Oferecemos escolas, vacinação e serviços de saúde para todos, mas sabemos que a solução para a crise virá quando, na verdade, a Venezuela reencontrar o caminho do desenvolvimento”, acrescentou.
Temer lembrou que ao Brasil chegam dezenas de milhares de venezuelanos diariamente, que estão a ser atendidos pelo Exército em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), na denominada “Operação Acolhida”.
“São dezenas de milhares [de venezuelanos chegando ao Brasil], a quem procuramos dar toda a assistência com a colaboração junto com o Alto Comissariado [das Nações Unidas] para Refugiados. Construímos abrigos para ampara-los da melhor maneira”, relatou o chefe de Estado brasileiro.
Embora não tenha feito nenhuma menção direta ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o Brasil, juntamente com outros países da América Latina, tem apontado, reiteradamente, críticas ao Governo do país vizinho.
De acordo com dados oficiais divulgados pelo Brasil, desde 2017 entraram no país 154.920 venezuelanos por via terrestre, na cidade fronteiriça de Pacaraima, mas cerca de 79.402 deles regressaram à Venezuela.
Dos que decidiram permanecer no país, mais de 5.000 vivem em abrigos construídos em Boa Vista e Pacaraima, cidades do estado amazónico de Roraima, e dependem da ajuda humanitária do Governo brasileiro e da ACNUR.
Pouco mais de 2.200 venezuelanos foram transportados para outras regiões do Brasil, principalmente para estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Pernambuco e Paraná.
Outros milhares permanecem acampados nas ruas à procura de abrigo e trabalho.
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