As eleições intercalares norte-americanas, a 8 de novembro, determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.
Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.
As eleições podem, não apenas, mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.
Este é um guia dos porquês e das antevisões.
First things first: o que são as eleição intercalares?
Conhecidas por o "midterms" ("a meio do mandato"), estas eleições acontecem dois anos após a eleição presidencial, ou seja a meio do mandato do presidente eleito, neste caso, Joe Biden.
Esta ida às urnas serve para eleger o Congresso, composto pelas suas duas Câmaras, a Câmara Alta, o Senado, a Câmara Baixa e a Câmara dos Representantes. Se esta última será renovada na totalidade dos seus 435 lugares, e o Senado que elege apenas 35 lugares, de um total de 100. Uma vez que os senadores, dois por cada Estado, são eleitos por mandatos de seis anos, cada terço dos assentos vai a votos de dois em dois anos.
Estas eleições intercalares servem também para Estados e cidades escolherem governadores, conselhos municipais e até conselhos diretivos de escolas públicas. Este ano, vão ser eleitos 39 governadores, o que diz respeito a 36 de estados e três de territórios, que começarão o seu mandato em 3 de janeiro de 2023.
As eleições deste ano incluem ainda 129 boletins de voto (em 36 estados) com questões de referendo a matérias relacionadas com o direito ao aborto.
Que Estados vão ser decisivos nas eleições para o Senado?
Nas eleições intercalares que irão decidir o controlo do Congresso e de vários governos estaduais, cinco serão decisivos, com corridas que podem cair para os democratas ou para os republicanos: Geórgia, Pensilvânia, Wisconsin, Arizona e Nevada.
No Senado, os republicanos estão a defender 21 assentos e os democratas defendem 14. A maioria democrata no Senado é mínima, com 50 senadores para cada lado e a vice-presidente Kamala Harris a desempatar a favor do partido democrata.
Isso significa que os estados com desfechos imprevisíveis vão decidir o controlo da câmara alta, com enormes repercussões para a retenção do poder junto dos democratas ou a conquista total do Congresso pelos republicanos.
Tudo dependerá de uma mão cheia de corridas. A Geórgia, um estado historicamente republicano, foi uma das grandes surpresas de 2020 ao dar os seus votos do colégio eleitoral a Joe Biden e enviar dois senadores para o congresso em eleições especiais. Agora, o democrata Raphael Warnock tem de defender o seu assento e está em luta renhida contra o candidato republicano, Herschel Walker, que foi uma escolha pessoal do ex-presidente Donald Trump.
A campanha tem sido marcada por escândalos protagonizados por Walker, que defende a proibição total do aborto, mas que terá pago para uma ex-namorada fazer um. As sondagens dão ligeira vantagem a Warnock, embora com uma margem muito apertada.
Na Pensilvânia, outro candidato apoiado por Donald Trump, Mehmet Oz, está a lutar para manter o lugar deixado vago por Pat Toomey no controlo dos republicanos. Mas o candidato democrata, John Fetterman, vai à frente nas sondagens. É um dos assentos do Senado com maior probabilidade de virar de um partido para o outro.
No Wisconsin, o democrata Mandela Barnes também está a tentar virar o assento do republicano incumbente Ron Johnson. Aqui, todavia, as contas mostram a tendência inversa. Johnson vai à frente e Mandela Barnes, acusado pela oposição de ser da “esquerda radical”, tem estado a perder 'gás' nas sondagens.
Muito mais apertadas são as margens no Nevada, onde o republicano Adam Paul Laxalt estava atrás da democrata Catherine Cortez Masto e passou para a frente na reta final de outubro. Cortez Masto é considerada a senadora incumbente em maior risco de perder o lugar, o que significaria uma reviravolta republicana num assento democrata.
No Arizona, que Trump notoriamente perdeu em 2020, o candidato apoiado por ele, Blake Masters, está em queda livre contra o incumbente democrata Mark Kelly. Ainda assim, o Arizona é um estado-chave na corrida ao cargo de governador. A candidata republicana Kari Lake, uma negacionista da legitimidade de Joe Biden, ultrapassou a democrata Katie Hobbs em outubro e é agora a favorita à vitória.
Quais são os temas que mais impacto têm nos eleitores?
Os eleitores estão mais preocupados com questões imediatas que afetam o seu orçamento. Uma sondagem ABC News/Washington Post do final de setembro indicou que o aborto não está na linha da frente para a maioria dos eleitores, nem sequer democratas.
Este é apenas o 5.º fator mais importante, referido por 62% dos inquiridos, atrás da economia (84%), educação e escolas (77%), inflação (76%) e crime (69%).
O foco no crime tem sido uma das armas da campanha republicana, além da situação económica e da inflação, com resultados positivos nas sondagens.
Inflação, o tema dominante
Uma sondagem divulgada em 17 de outubro pelo New York Times e pelo Siena College indicou que a economia e a inflação são as questões mais importantes para 44% dos prováveis eleitores.
Em 8 outubro, no estado do Nevada, num discurso para milhares de apoiantes, Trump culpou os democratas pela alta inflação no país: “há dois anos, tudo era tão bom no nosso país (…) e agora está a despedaçar-se. Agora, temos gasolina a 5,54 dólares (5,6 euros) o galão (3,78 litros)”, disse Trump.
Cerca de um mês antes, num comício eleitoral em Ohio, Trump já dizia que "há apenas dois anos", quando estava no cargo, "a gasolina estava quase num mínimo histórico", afirmou. "Com o Governo Trump, tivemos a maior economia da história do mundo sem inflação. Biden e o Congresso Democrata criaram a pior inflação em 50 anos e isso vai ficar muito pior", acrescentou.
Em agosto, Joe Biden conseguiu aprovar a Lei de Redução da Inflação, uma grande vitória democrata e, atento às prioridades dos norte-americanos, o presidente tem aproveitado os seus discursos para indicar que a economia e o combate à inflação são prioridades.
"Eu acreditava que poderíamos tirar a América das profundezas da covid-19, então aprovamos o maior pacote de recuperação económica desde Franklin Roosevelt. E hoje, a economia dos Estados Unidos é mais rápida, mais forte do que qualquer outra nação avançada do mundo", disse Biden em 01 de setembro, em Filadélfia, na Pensilvânia.
Num discurso na Califórnia, em 14 de outubro, Biden declarou que “os preços e a inflação vão subir se os republicanos assumirem o controlo” do Congresso após as intercalares.
Direito ao aborto, um tema que perdeu força na campanha
O aborto é agora ilegal em 13 estados dos Estados Unidos da América e há batalhas legais para banir em mais oito, um assunto que tem ocupado lugar na campanha para as eleições intercalares.
No Texas, Kentucky, Alabama, Mississípi, Luisiana, Arcansas, Missouri, Oklahoma, Dakota do Sul, Tennessee, Wisconsin, Idaho e Virgínia do Norte o aborto foi totalmente banido, sem exceções para violação ou incest, quando passam quatro meses depois da decisão do Supremo Tribunal de revogar o direito federal à interrupção voluntária da gravidez.
No Indiana, Iowa, Dakota do Norte, Michigan, Montana, Ohio, Carolina do Sul e Wyoming as proibições totais foram temporariamente bloqueadas por juízes, estando em curso batalhas legais para que a ilegalização entre em vigor nestes estados.
Há cinco estados com proibições diversas: ilegal após seis semanas na Geórgia, 15 semanas no Arizona e Florida, 18 semanas no Utah e 20 na Carolina do Norte.
O procedimento mantém-se legal em 24 estados e na capital, Washington D.C..
A revogação tem sido uma das principais armas da campanha do partido democrata para as eleições intercalares de 8 de novembro, mas o seu efeito nas sondagens desvaneceu-se em outubro, ofuscado pela inflação e instabilidade económica.
Apoio financeiro à Ucrânia, um tema que afasta Democratas e Republicanos
O apoio financeiro dos Estados Unidos à Ucrânia, outrora consensual, é agora tema de divergência entre democratas e republicanos e a sua continuidade pode estar em causa após as eleições intercalares de 08 de novembro.
Os Estados Unidos já autorizaram mais de 60 mil milhões de dólares (60,7 mil milhões de euros) em ajuda à Ucrânia, com mais 18,5 mil milhões de dólares (18,7 mil milhões de euros) em ajuda militar desde janeiro de 2021, quando o Presidente, Joe Biden, chegou à Casa Branca.
O apoio financeiro dos Estados Unidos a Kiev, para enfrentar os ataques da Rússia, vinha até então recebendo um forte apoio bipartidário, quer no Senado, quer na Câmara dos Representantes.
Contudo, o líder dos republicanos na Câmara, Kevin McCarthy, abalou essa unidade ao alertar em outubro que o seu partido não passará um "cheque em branco" à Ucrânia se conquistar a maioria dos assentos nas intercalares.
Essas declarações levaram à indignação de Joe Biden, que usou um evento de angariação de fundos em Filadélfia, na Pensilvânia, um estado-chave para as eleições de meio de mandato, para criticar essa posição republicana face à guerra.
"Eles [os republicanos] dizem que, se vencerem, provavelmente não continuarão a financiar a Ucrânia. Eles não entendem. Isto é muito maior que a Ucrânia. É a Europa Oriental. É a NATO", criticou Biden, avaliando que os republicanos "não entendem a política externa norte-americana".
Espera-se que o número daqueles que desconfiam da ajuda externa e adeptos da agenda 'America First' [América primeiro, na tradução para português] do ex-presidente Donald Trump cresça no Congresso a partir destas eleições.
Em setembro, JD Vance, candidato republicano ao Senado pelo estado de Ohio, disse que deseja que "os ucranianos sejam bem-sucedidos", mas não por causa do financiamento contínuo dos Estados Unidos.
“Acho que temos que chegar a um ponto, e é aí que discordamos. Temos que acabar com a torneira de dinheiro para a Ucrânia eventualmente. Não podemos financiar um conflito militar de longo prazo que acho que, em última análise, tem retornos decrescentes para o nosso próprio país", afirmou, citado pelo jornal Washington Post.
Vance já havia provocado a fúria da comunidade ucraniana nos Estados Unidos quando disse num 'podcast', pouco antes da invasão russa, que "realmente não se importava com o que acontecia com a Ucrânia".
Porém, até mesmo dentro do próprio partido o assunto não é consensual, com um republicano de alto escalão no comité de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, Michael McCaul, que poderá liderar o comité no caso de uma vitória republicana, a argumentar que o fornecimento de armas para a Ucrânia deveria ser intensificado.
“Temos que lhes dar o que eles precisam. Quando lhes damos o que precisam, eles vencem”, disse McCaul à Bloomberg, referindo-se ao Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), que tem um alcance maior do que os mísseis que o executivo de Biden tem fornecido a Kiev.
Embora a guerra na Ucrânia não tenha sido o foco central das campanhas eleitorais de ambos os partidos, é notório que a maioria dos candidatos que quer recuar no apoio a Kiev integra o grupo de republicanos que negaram ou questionaram o resultado da última eleição presidencial, que deu a vitória a Biden contra Trump.
O que prevêem as sondagens?
O partido republicano alargou a vantagem sobre os democratas nas sondagens a poucos dias das eleições intercalares, sendo agora favorito para ganhar a Câmara dos Representantes e o Senado.
Depois de andar nos últimos meses atrás dos democratas nas probabilidades de conquistar o Senado, a câmara alta do Congresso que é decisiva para a confirmação de juízes e outros nomeados, os republicanos passaram para a frente a 01 de novembro e agora alargaram a vantagem.
De acordo com o modelo preditivo da plataforma FiveThirtyEight, os republicanos têm uma probabilidade de 54 em 100 de ganharem o Senado. Era de apenas 34 em 100 no mês passado.
Esta subida deve-se à melhoria das perspetivas dos candidatos republicanos nos três estados mais competitivos, Pensilvânia, Geórgia e Nevada.
Na Pensilvânia, Mehmet Oz recuperou terreno ao democrata John Fetterman e está agora com 47 em 100 (contra 53 em 100).
Na Geórgia, o controverso Herschel Walker subiu a sua vantagem para 57/43 contra o democrata incumbente Raphael Warnock e o mesmo aconteceu no Nevada, com Adam Laxalt favorecido em relação à incumbente Catherine Cortez Masto.
Em termos de perspetivas para a Câmara dos Representantes, os republicanos estão com a vantagem mais elevada desde que o ciclo eleitoral começou: 84 em 100 contra apenas 16 em 100 para os democratas.
Aqui, há cinco corridas muito renhidas que podem ser importantes para a dimensão da vitória republicana ou da (improvável) continuação dos democratas no poder.
A corrida mais 'quente' é entre a democrata incumbente Elaine Luria e a republicana Jen Kiggans, empatadas a 50-50, no 2º distrito da Virgínia. A democrata, que integra a comissão de investigação do ataque ao Capitólio, partiu muito atrás, mas nos últimos dias conseguiu alcançar a oponente. O mesmo se passa no 34º distrito do Texas entre a republicana Mayra Flores e o democrata incumbente Vicente Gonzalez (50-50).
No 1º distrito do Nevada, a incumbente democrata Dina Titus tem uma ligeira vantagem (52/48) face ao republicano Mark Robertson. No 15º do Texas a democrata Michelle Vallejo vai à frente 53/47 contra a republicana Monica de La Cruz e no 7º da Pensilvânia a incumbente democrata Susan Wild está atrás da republicana Lisa Scheller 53/47.
No agregado de todas as sondagens, o modelo FiveThirtyEight indica que o resultado mais provável é que os republicanos tomem o controlo das duas câmaras e, portanto, do congresso (54 em 100).
Esta viragem a favor dos republicanos espelha o sentimento nas bases dos dois partidos. A mais recente sondagem nacional CNN/SSRS mostra que o entusiasmo dos eleitores democratas é inferior ao dos republicanos, sendo o de ambos os grupos menor do que era nas intercalares de 2018, quando uma “avalanche azul” tomou a Câmara dos Representantes.
Como é que Trump e Biden se envolveram na campanha?
O Presidente norte-americano, Joe Biden, e o antecessor republicano, Donald Trump, entraram na reta final para as eleições intercalares com uma intensa agenda de campanhas eleitorais em estados-chave, que poderão decidir o futuro do Congresso.
No sábado, Biden e o ex-presidente Barack Obama estiveram em Filadélfia, no estado da Pensilvânia, em campanha pelos candidatos democratas ao Senado, John Fetterman, e a governador, Josh Shapiro.
A Pensilvânia é um estado fundamental para determinar o controlo do Senado e é uma das poucas oportunidades dos democratas para 'roubar' um lugar republicano.
Fetterman, que lidera as sondagens, enfrentará o cirurgião e celebridade televisiva Mehmet Oz, também conhecido como Dr. Oz, um republicano apoiado por Donald Trump que está a lutar para manter em mãos republicanas o lugar deixado vago por Pat Toomey.
Fetterman, vice-governador da Pensilvânia, sofreu um acidente vascular cerebral em maio, do qual afirma estar a recuperar, mas que o impediu de fazer campanha em público durante várias semanas, o que tem sido usado como argumento pelos republicanos sobre a sua capacidade para continuar na política.
Na quinta-feira, John Fetterman disse estar "orgulhoso" de poder aparecer ao lado de Joe Biden e de Barack Obama nos dias finais da sua campanha para o Senado e elogiou os dois líderes democratas por rejeitarem o extremismo.
Por outro lado, Donald Trump esteve no sábado a fazer campanha no mesmo estado, mas na cidade de Latrobe, a favor de Mehmet Oz, que tem tentado distanciar-se das alegações de fraude eleitoral nas presidenciais de 2020 defendidas pelo ex-presidente.
Esta foi a terceira vez este ano que Trump se deslocará à Pensilvânia em campanha, que englobará ainda uma participação no comício a favor do candidato republicano a governador Doug Mastriano.
Já na sexta-feira, Biden visitou a Viasat, uma empresa de comunicações do sul da Califórnia que deverá sair beneficiada do seu esforço legislativo para reforçar o fabrico de semicondutores nos Estados Unidos.
Biden acompanhou Mike Levin, um congressista de dois mandatos que representa um distrito da área de San Diego - outrora um reduto republicano - , e que está numa disputa acirrada com Brian Maryott, o ex-edil de San Juan Capistrano.
Na noite de quinta-feira, Biden já havia liderado um comício a favor de Levin em Oceanside, Califórnia.
Os processos judiciais contra Trump e o ataque ao Capitólio também fazem parte destas eleições
A comissão que investiga o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, emitiu na sexta-feira uma intimação a Donald Trump, dizendo que o republicano “orquestrou” um plano para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020.
Trump está também sob investigação por possíveis violações da Lei de Espionagem, segundo os media, por "retenção de documentos confidenciais", e por alegada obstrução da justiça e destruição de registos do Governo federal.
Em 03 de setembro, num comício na Pensilvânia, Trump classificou as buscas do FBI à sua mansão em em Mar-a-Lago (Florida) como um dos maiores "abusos de poder" alguma vez visto no país.
Já em 17 de setembro, no comício em Ohio, Trump disse ser vítima de uma "caça às bruxas" por parte de pessoas "sem vergonha, nem moral, nem consciência e absolutamente nenhum respeito pelos cidadãos".
"Por seis anos consecutivos, fui assediado, investigado, difamado, caluniado e perseguido como nenhum outro Presidente e provavelmente como ninguém na história americana. No entanto, tudo o que eu sempre quis foi, simplesmente, tornar a América grande de novo", prosseguiu.
Num comício em Nevada, em 08 de outubro, Trump gabou-se do tamanho da multidão reunida em sua favor em 06 de janeiro, em frente ao Capitólio, que resultou na morte de cinco pessoas e em mais de 140 polícias feridos.
"Sabem qual é a maior multidão que eu já vi? A de 6 de janeiro", afirmou o antigo mandatário.
Por sua vez, em 01 de setembro, a partir do histórico Independence Hall (Filadélfia) onde foi proferida a Declaração de Independência e a Constituição norte-americanas, Joe Biden alertou que os valores democráticos norte-americanos estão a ser atacados por forças extremistas leais ao seu antecessor.
Com críticas explicitamente dirigidas ao movimento "MAGA" - icónico 'slogan' de campanha de Donald Trump 'Make America Great Again' [Tornar a América Grande de Novo] - Biden criticou o fanatismo "cego" de alguns seguidores do antigo chefe de Estado, a quem classificou de "ameaça" aos Estados Unidos.
"Eles [republicanos do MAGA] olham para a multidão que invadiu o Capitólio dos Estados Unidos, atacando brutalmente as forças da lei, não como insurretos que colocaram um punhal na garganta de nossa democracia, mas como patriotas", disse.
"Não há dúvida de que o Partido Republicano hoje é dominado, dirigido, intimidado por Donald Trump e os republicanos MAGA. E isso é uma ameaça para este país. (...) Os republicanos MAGA fizeram a sua escolha. Eles abraçam a raiva. Eles prosperam no caos”, sublinhou Biden.
*com agência Lusa
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