“Se há setor que está preocupado com os efeitos das alterações climáticas é a agricultura, pois, vamos assistindo sistematicamente a fenómenos mais agressivos e mais rápidos, seja por via das chuvas, dos incêndios, da erosão ou de secas persistentes”, argumentou Maria do Céu Antunes.
Por isso, “temos necessidade de ter respostas efetivas” a este problema, acrescentou a ministra, que falava, esta tarde, na videoconferência de apresentação do projeto de combate às alterações climáticas “Viver o Clima no Baixo Alentejo”.
A iniciativa é promovida pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), com sede em Beja, em parceria com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).
O projeto vai decorrer, nos próximos três anos, nos concelhos alentejanos de Aljustrel, Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo, Moura, Serpa e Vidigueira, todos abrangidos pelo Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Representando um investimento na ordem dos 200 mil euros, a ação é comparticipada em 85% pelo programa europeu EEA Grants, sendo os restantes 15%, relativos à comparticipação nacional, assumidos pela EDIA.
Segundo a ministra da Agricultura, o “Viver o Clima no Baixo Alentejo” surge numa altura em que a região tem “um conjunto de oportunidades que importa valorizar”.
“Não só do ponto de vista da agricultura, mas também de todos os setores ligados, como é o caso do turismo e da transformação”, sendo necessário existir uma “dimensão de desenvolvimento integrado entre ambiente, economia e as pessoas”, argumentou.
Maria do Céu Antunes lembrou que o Governo lançou, em setembro do ano passado, a Agenda de Inovação “Terra Futura”, plano estratégico a 10 anos em parte incluído no Plano de Recuperação e Resiliência.
Nesta estratégia “queremos valorizar o desenvolvimento de cada região”, através da promoção da economia circular, do combate às alterações climáticas e seus efeitos e da valorização das raças autóctones, assumiu.
Para a governante, “o desafio é muito grande”, ainda mais porque Portugal assumiu internacionalmente "o compromisso de atingir a neutralidade carbónica em 2050”.
“Sabemos que a agricultura, pese embora seja um contribuinte para a produção de gases com efeito de estufa, também é o primeiro sequestrador de carbono. Mas podemos e temos de ir mais longe”, vincou.
A ministra defendeu, por isso, a implementação de “mais práticas corretas de sustentabilidade de produção”, elogiando o trabalho feito pelo setor agrícola alentejano nessa área.
“O Alentejo está preocupado e empenhado em criar soluções de sustentabilidade. E todos nós, ao falarmos de sustentabilidade, temos que incluir estas três dimensões: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade económica e sustentabilidade social”, defendeu.
Comentários