“Não quero dar demasiada importância, tal como o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros [João Gomes Cravinho] já disse, o próprio secretário-geral da NATO [Jens Stoltenberg] já disse, são palavras irresponsáveis e são palavra que põem em causa a segurança de todos nós”, disse Helena Carreiras, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas.

A ministra da Defesa Nacional acrescentou que as declarações do antigo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) “foram completamente, enfim, postas de lado, pela forma como” o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) “deu nota do progresso que a Aliança tem feito” ao nível do investimento nas capacidades militares de cada Estado-membro.

“Há uma consciência muito clara de que estamos juntos”, completou a governante.

No último sábado, Donald Trump, que quer ser eleito o candidato republicano às eleições presidenciais de novembro nos EUA, disse que se for reeleito Presidente encorajaria a Rússia a invadir os países com menores contribuições para a NATO ou que ainda não atingiram os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na área da Defesa.

Durante um comício na Carolina do Sul, o antigo chefe de Estado norte-americano relatou uma história que alegadamente teve com o homólogo de um país da NATO, que não identificou, que o confrontou sobre a ameaça de não defender os Estados-membros que não cumprissem com as metas estabelecidas.

“Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: ‘Bem, senhor, se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, vai defender-nos?”, relatou Donald Trump.

E terá respondido: “Não, não vou proteger-vos mais. Aliás, vou encorajá-los [aos russos] a fazerem o que quiserem. Vocês têm de pagar as vossas dívidas”, completou.

Portugal estabeleceu 2030 como o prazo para alcançar os 2% do PIB em investimento na Defesa.