“É possível garantir que para o ano faremos tudo no sentido que haja ingressos na Polícia Judiciaria (PJ). Temos números, temos estado a trabalhar sobre os números. As pessoas integrarão de acordo com a capacidade e disponibilidade, mas terá seguramente no próximo ano um reforço de efetivos”, disse Francisca Van Dunem durante as comemorações do 73.º aniversário da Polícia Judiciária.
O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, alertou no seu discurso para a necessidade de um reforço de meios humanos, considerando que a PJ dispõe atualmente dos mais reduzidos contingentes da carreira de investigação criminal da sua história.
“A média etária desse grupo funcional é também a mais elevada de sempre, superando os 48 anos de idade”, disse.
Luís Neves identificou ainda um conjunto de outras dificuldades, tais como a degradação de algumas instalações, a escassez do parque informático e automóvel.
O orçamento da PJ para aquisição de bens e serviços, frisou o diretor nacional, é inferior ao de 2005, quando, defendeu, “qualquer dispêndio na Polícia Judiciária é um investimento garantido a curto prazo”.
"É um investimento com um retorno inigualável”, disse, adiantando que entre 2014 e 2017 a PJ apreendeu e arrestou bens no valor superior a 278 milhões de euros e que, no domínio da criminalidade financeira, foram suspensas operações suspeitas de valor superior a 100 milhões de euros entre 2015 e 2017 e que em 2018 já foi atingido esse mesmo valor de 100 milhões.
"Contava, confesso, poder hoje aqui anunciar que em 2019 seria aberto novo concurso, e em 2020, em 2021 e assim por diante", disse Luís Neves alertando para a criminalidade cada vez mais complexa e exigente que obriga a patamares de especialização cada vez mais elevados.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, Luís Neves disse que tem tido o apoio total e integral da tutela esperando que o reforço seja em breve.
"O orçamento foi apresentado, está a ser discutido no parlamento e o orçamento que foi enviado à tutela por nós prevê a realização para o ano de todos os concursos que referi. É apenas uma questão de decisão do Ministério das Finanças para que possamos dar sequencia ao que é o nosso anseio que é o reforço da capacitação de toda a judiciária", frisou.
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