Os macedónios devem pronunciar-se em 30 de setembro sobre se aceitam a alteração do nome do país para “República da Macedónia do Norte” na sequência do “Acordo de Prespes” assinado entre Skopje e Atenas e que abre o caminho para a integração do país na NATO e a abertura de negociações de adesão à União Europeia.
Desde a independência desta ex-república jugoslava em 1991 que a Grécia se opõe a que mantenha a designação da sua província do norte, com o mesmo nome. Atenas considera que a utilização desse nome por Skopje constitui uma usurpação da sua herança histórica, em particular do antigo rei Alexandre, o Grande, além de sugerir que o seu pequeno vizinho tem ambições expansionistas.
Devido ao veto de Atenas, este conflito tem bloqueado o processo de adesão à NATO e UE desde pequeno país dos Balcãs, proveniente da desagregação da Jugoslávia em 1991, e com 2,1 milhões de habitantes.
A alteração do nome “é muito importante (…) para quem a vida pode ser mudada por oportunidades económicas e de segurança entre (…) 30 nações democráticas”, declarou Mattis já a bordo do avião.
No decurso desta vista, reuniu-se com o artífice do acordo com a Grécia, o primeiro-ministro Zoran Zaev, e com o seu homólogo Radmila Sekerinska.
Em conferência de imprensa, Mattis anunciou “um reforço da cooperação” com Skopje “em termos de cibersegurança, para contrariar a atividade numérica maliciosa que ameaça duas democracias [macedónia e norte-americana]”.
Washington acusa a Rússia, que se opõe firmemente à expansão da NATO na Europa de leste e nos Balcãs, de conduzir uma campanha de desinformação na Macedónia através das redes sociais para afastar os eleitores macedónios da votação de 30 de setembro.
À margem de uma conferência sobre a liberdade de expressão em Skopje, Zoran Zaev relativizou: “Não temos provas sobre uma influência russa. A federação da Rússia é uma amiga da Macedónia. Não têm nada contra a nossa adesão à UE mas são hostis à nossa integração na NATO”.
Antes da sua chegada à Macedónia, Mattis – o primeiro chefe do pentágono a deslocar-se a Skopje desde Donald Rumsfeld em 2004 – denunciou o que designou por “campanha de influência russa” nesta ex-república jugoslava.
“Não pretendemos que a Rússia faça aí o que já fez em tantos outros países”, disse, acrescentando não ter “qualquer dúvida” sobre o financiamento pela Rússia de grupos políticos opostos ao referendo.
O Montenegro, outro pequeno país dos Balcãs também com maioria de população eslava, integrou a NATO em 2017 apesar da forte oposição de Moscovo e de uma parte considerável da população.
De acordo com Laura Cooper, responsável pela Rússia e Europa central no Pentágono, Moscovo paga aos eleitores para que se abstenham e apoia financeiramente as organizações pró-russas. “Atacam nesse momento com a desinformação e outras formas de influência perniciosa para tentar que os macedónios mudem de opinião”, declarou a diversos jornalistas, citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
A responsável norte-americana acrescentou, sem concretizar, que o Governo russo “tenta oficialmente persuadir outro país, mas isso torna-se rapidamente em manipulação e ameaças”.
Em junho, numa entrevista aos média gregos, o embaixador russo junto da UE, Vladimir Tchijov, tinha considerado que o desejo macedónio de integrar a NATO era “um erro”. “E certos erros têm consequências”, preveniu.
Em entrevista ao ‘site’ Nova Makedonija e divulgada no final de agosto, o representante diplomático russo em Skopje, Oleg Shcherbak, acusou o ocidente de exercer “uma muito forte pressão mediática e psicológica” sobre os eleitores.
Os média macedónios, em particular as principais cadeias televisivas, fazem claramente campanha pelo ‘sim’, que parece favorito nas sondagens. A oposição da direita nacionalista (VMRO-DPMNE) apelou aos eleitores a “agirem” segundo a sua opinião pessoa, e não se associou a uma campanha de boicote promovida pelas redes sociais.
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