“A expectativa é que não haja praxes, porque este novo ano letivo é muito especial, após dois anos de uma crise pandémica que afetou os lugares de aprendizagem”, afirmou o ministro em Évora em declarações à margem da cerimónia de receção aos novos estudantes da Universidade de Évora (UÉ).

Manuel Heitor frisou esperar que a “retoma presencial” das aulas no ensino superior “seja uma retoma nova, uma retoma sem humilhações” e “que tudo seja feito no respeito pelo próximo e garantindo sempre no ensino superior um espaço de liberdade e de tolerância”.

“Foi isso que aprendemos também na pandemia, a ter respeito pelo próximo”, lembrou, apelando para “uma retoma amigável, em liberdade, mas também em tolerância”.

O ministro, que tem estado a visitar as universidades do país para assistir às receções aos novos alunos, assinalou que tem verificado “os maiores e mais interessantes movimentos de integração dos estudantes, com cultura, com desporto, com atividades científicas, sem necessidade de recorrer a práticas humilhantes”.

“Nos últimos anos temos conseguido garantir esse movimento e estou certo de que este ano também iremos conseguir, mas nunca é tarde [para] apelar a todos” para fazerem do espaço da universidade “um espaço de tolerância e de respeito”, insistiu.

Questionada pelos jornalistas sobre a mesma matéria, a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, referiu que a sua opinião “é exatamente a mesma de todos os anos”, ou seja, “a praxe não pode nunca ser humilhante”.

“Não há praxe dentro da universidade e isso os alunos sabem”, mas “a praxe continua a ser um problema, porque ainda não é integradora como deveria ser”, disse a reitora, contrapondo que seria “pedagógica” se fosse “bem feita”, mas a verdade é que “não é e há abusos”.

Na cerimónia de hoje, a reitora revelou também aos jornalistas que a UÉ candidatou ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) a construção da futura Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano e a recuperação de um edifício para laboratórios na área aeroespacial.

Sobre a intenção expressa recentemente pelo ministro Manuel Heitor de abrir mais três cursos de medicina até 2023, um deles na UÉ, Ana Costa Freitas argumentou que a instituição só vai avançar com esse curso “quando houver condições sólidas ao nível de corpo docente e de funcionamento”.

“Não sei se nós teremos em 2023 um curso de medicina propriamente dito”, porque não é algo “que se possa fazer assim, sob pressão”, disse, indicando que a Administração Regional de Saúde do Alentejo está a fazer a verificação de uma portaria para “a formação do centro académico clínico”.

A UÉ já possui uma escola de Saúde, vai “iniciar a contratação de alguns médicos” e tem “um curso previsto” nesta área para enviar para acreditação, acrescentou.

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