O ciclone chegou na quinta-feira ao norte de Moçambique, à província de Cabo Delgado, classificado com a categoria quatro, a segunda mais grave, com ventos contínuos de 225 quilómetros por hora e rajadas de 270 quilómetros por hora, anunciou hoje o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitário (OCHA).
“Cabo Delgado não tem história de ciclones e estamos muito preocupados que as comunidades na zona não estivessem preparadas para a escala da tempestade, que coloca as crianças e as famílias numa posição muito precária”, disse Michel Le Pechoux, o representante adjunto em Moçambique do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), citado no comunicado da agência.
“O solo está saturado e os rios já estão cheios, por isso a emergência provavelmente piorará com as inundações nos próximos dias. Estamos a fazer tudo o que podemos para arranjar equipas e auxílio no terreno para manter as pessoas em segurança”, adiantou.
Segundo o comunicado, o número de deslocados também constitui uma preocupação dado o Kenneth ter “destruído até 90% das habitações em algumas aldeias”.
O número de mortos provocados pela passagem do ciclone , no norte de Moçambique, aumentou para cinco, revelou hoje
O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, disse hoje que o ciclone já causou cinco mortos em Moçambique.
O Kenneth destruiu parcial ou totalmente quase 3.500 casas e provocou a queda da ponte sobre o rio Muangamula.
Segundo a UNICEF, trata-se da primeira vez desde que há registos que dois fortes ciclones atingem Moçambique na mesma época. O Kenneth segue-se ao Idai, que chegou ao país a 14 de março e deixou mais de 600 mortos e cerca de 1,85 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda.
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