Com esta moção, os três grupos de esquerda – Socialistas, França Insubmissa e Comunistas – queriam fazer ouvir os “gritos do povo” lançados pelos “coletes amarelos” e condenar “a política social e fiscal injusta levada a cabo há 18 meses” pelo governo.
A apresentação da moção ocorreu na terça-feira, no mesmo dia em que o primeiro-ministro, Édouard Philippe, defendeu na Assembleia nacional as medidas decididas pelo Presidente.
Entre estas medidas, inclui-se um aumento em 100 euros do salário mínimo (atualmente 1.498 euros ilíquidos), anulação do aumento dos impostos as reformas inferiores a 2.000 euros ou a decisão de não tributar as horas extraordinárias.
Para derrubar o Governo do Presidente Emmanuel Macron, a moção tinha de conseguir uma maioria, o que seria quase impossível, dado o total de deputados dos partidos proponentes (62 eleitos no total) em relação aos 577 deputados que formam a Assembleia.
Entretanto, o Governo francês apelou hoje aos “coletes amarelos” para que não se manifestem no sábado para que as forças policiais possam concentrar os seus esforços na busca por Cherif Chekatt, o alegado autor do atentado ao mercado de Natal em Estrasburgo.
"Neste momento, decidimos não proibir as manifestações", disse o porta-voz do Governo, Benjamin Griveaux, ao canal CNews.
No entanto, Griveaux pediu aos manifestantes, que protestam há quase um mês contra a política fiscal e social do Governo, que sejam "razoáveis" depois ao atentado ocorrido na terça-feira à noite, que provocou três mortos e 13 feridos num mercado de Natal em Estrasburgo, nordeste da França.
A revolta dos “coletes amarelos” já "foi ouvida" e foi "respondida", insistiu Griveaux, em referência às medidas anunciadas na segunda-feira pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, para aumentar o poder de compra dos assalariados e reformados mais carenciados.
"As nossas forças policiais e de segurança foram colocadas a trabalhar exaustivamente nas últimas semanas", disse o porta-voz, acompanhado por alguns políticos e líderes sindicais.
Mais de 700 polícias e ‘gendarmes’ (polícia militarizada) estão mobilizados no âmbito do atentado que aconteceu na terça-feira à noite em Estrasburgo.
Os investigadores admitem a possibilidade de o acusado do ataque poder ter cruzado a fronteira e fugido para Kehl, na Alemanha, do outro lado do Reno.
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