“Vou formalizar ainda hoje essa queixa”, afirmou Luís Montenegro, questionado pelos jornalistas à chegada a um almoço com pescadores e apoiantes na Costa de Caparica, distrito de Setúbal, no âmbito da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 10 de março.

Já sem vestígios da tinta verde que lhe derramaram para a cabeça, Montenegro chegou com um pequeno atraso ao almoço, depois de ter cancelado um contacto com a população em Almada, devido ao episódio desta manhã.

Questionado se está recuperado, o presidente do PSD respondeu que “parcialmente” e criticou a natureza do protesto.

“Para ambientalista, o protesto não foi muito amigo do ambiente, obrigou-me a estar mais de uma hora debaixo de água só para tirar do corpo, e do cabelo sobretudo, os resquícios da tinta utilizada”, explicou.

“Tenho a pele irritada no rosto e no pescoço, mas seguiremos”, disse.

Questionado se o episódio pode condicionar ou desmobilizá-lo na campanha, respondeu negativamente.

“De maneira nenhuma. Pelo contrário, se contribuiu é para me motivar”, disse.

Já sobre as reações de alguns partidos, que lamentaram o caso, Montenegro disse querer agradecer as “manifestações de solidariedade que vieram de todos os quadrantes possíveis e as centenas de mensagens de pessoas”, a que pretende responder durante a viagem para Évora hoje à tarde.

Questionado se o episódio pode até resultar a seu favor, respondeu: “Não pretendo nada disso”.

De manhã, após ter sido atingido com tinta verde por um jovem à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa, Luís Montenegro reagiu com humor, dizendo: “Estou preparado para tudo”.

A PSP já informou que deteve o ativista que atingiu hoje com tinta verde o presidente do PSD, Luís Montenegro, e identificou outros quatro jovens.

Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública refere que detetou um grupo de jovens com comportamentos suspeitos nas imediações Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde está decorrer a BTL, tendo apurado que pertenciam a uma organização ambientalista.

Segundo a PSP, quatro dos cinco ativistas do grupo foram abordados de imediato pela polícia e tinham na sua posse uma lata de tinta que foi apreendida, mas um dos jovens “não foi monitorizado em tempo, motivo pelo qual conseguiu atingir” o líder da Aliança Democrática com tinta verde, bem como outros membros da comitiva.
A PSP refere que o ativista “foi de imediato intercetado e detido”, tendo sido apreendida a lata de tinta utilizada para cometer o ilícito criminal.