"Maria dos Anjos, sobrinha da Irmã Lúcia, morreu hoje, dia 13 de junho, com 102 anos de vida, deixando um testemunho muito bonito de alguém que viveu e transmitiu a Mensagem de Fátima a muitos peregrinos deste lugar abençoado", anunciou o Memorial e Arquivo Irmã Lúcia, do Carmelo de Coimbra, nas redes sociais, ao final da noite de segunda-feira.
Maria dos Anjos nasceu a 27 de janeiro de 1920, trabalhou toda a vida no campo e teve 10 filhos.
O funeral realiza-se no dia 15 de junho, às 10h, na Igreja de Fátima, seguindo depois para o cemitério local. O corpo vai estar em câmara ardente na Casa Mortuária de Fátima a partir das 17h30 desta terça-feira.
Em entrevista ao projeto Raízes de Fátima, transmitida online em maio deste ano, Maria dos Anjos lembrava que era "a sobrinha mais velha" da Irmã Lúcia, filha de "António Santos e Maria dos Anjos, irmã mais velha da Lúcia".
Sobre os seus 102 anos, afirmava: "Tenho de fazer o que Deus manda, até que Deus queira tenho de estar aqui, o que hei-de fazer? Isto já não devia ser o meu lugar, mas Nosso Senhor é que manda".
Quanto à pastorinha de Fátima, a sobrinha referia que esta lhe "pedia para rezar o terço todos os dias, para fazer sacrifícios pelos pecadores".
"Desde pequenina, desde que se sabia rezar, que se rezava o terço todos os dias, não se ia deitar sem rezar o terço em família, os pais e os filhos. Agora alguns dos filhos não querem, mas eu rezo o terço todos os dias. Vou rezar o terço das seis e meia na Capelinha, na televisão, e rezo muitas vezes. Estou aqui o dia todo, tenho de me entreter com alguma coisa. Em vez de me entreter com outra coisa vou rezando o terço por tanta gente que não o reza e por todos os pecadores, pela paz e para que Nosso Senhor nos livre das coisas más", disse na conversa.
Por sua vez, Maria dos Anjos lembrava que Lúcia pedia também para dizer que "Nossa Senhora mostrou o inferno". "Eu perguntei como era o inferno e disse-me que era muito grande, cheio de lume, e tantas alminhas lá a cair", frisou.
A sobrinha da Irmã Lúcia morava em frente à casa onde viveu Lúcia, em Aljustrel, e frequentemente passava os dias a receber peregrinos, com quem falava sobre os pastorinhos e a Mensagem de Fátima. Também chegou a estar muito tempo junto ao Poço do Arneiro, um dos locais das aparições do Anjo de Portugal, a dar água a quem passava.
Quanto à Irmã Lúcia, de recordar que, em fevereiro de 2017, a igreja do Carmelo de Coimbra foi palco da sessão de clausura do inquérito diocesano para a sua a beatificação, o que contemplou a análise de milhares de cartas e textos, além da auscultação de 61 testemunhas, documentação que seguiu para a Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano.
O processo teve início em 2008, três anos após a morte de Lúcia.
(Notícia atualizada às 12h32 com informações sobre o funeral)
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