O Presidente da República lamentou hoje a morte de José Alberto Oliveira, que recordou como um poeta de registo "quotidiano mas não trivial, tecnicamente seguro mas sem querer dar nas vistas, disfórico, irónico".

O poeta José Alberto Oliveira morreu no domingo à noite, aos 71 anos, vítima de septicemia, no Hospital de São José, em Lisboa, informou hoje a editora Assírio & Alvim, que publicava a sua obra.

Numa mensagem de condolências publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa apresenta as suas condolências à família do poeta.

O chefe de Estado refere que José Alberto Oliveira era "médico cardiologista, leitor omnívoro, mas de inclinação anglófona, tradutor de Poe, Auden, O'Hara ou Simic" e que "manteve uma longa ligação à editora Assírio & Alvim".

Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, "o seu primeiro livro, de 1992, estabeleceu um registo do qual pouco haveria de se afastar: quotidiano mas não trivial, tecnicamente seguro mas sem querer dar nas vistas, disfórico, irónico".

"Parafraseando um dos seus títulos, «Nada tão importante que não possa ser dito», não era um poeta do indizível, mas daquilo que podemos dizer, ainda que isso seja apenas uma aproximação imperfeita às coisas tais como elas são", acrescenta o Presidente da República.

Nascido em 1952 em Souto da Casa, no Fundão, distrito de Castelo Branco, José Alberto Oliveira era médico cardiologista e publicou pela primeira vez no "Anuário de poesia de autores não publicados" da Assírio & Alvim, em 1984. O seu primeiro livro de poesia, "Por alguns dias", surgiu em 1992.

Publicou praticamente toda a sua obra poética na Assírio & Alvim, incluindo os livros "O que vai acontecer?", "Peças desirmanadas e outra mobília", entre outros.

José Alberto Oliveira também traduziu, para a Assírio & Alvim, autores como W.H. Auden, Russel Edson, Frank O'Hara, Edgar Allan Poe, Li Shang-yin, Charles Simic e Mark Twain, e foi um dos principais colaboradores do livro "Rosa do Mundo — 2001 poemas para o futuro".