“Se a economia vai bem, porque é que paga salários de miséria? Se as fortunas aumentaram 23% em 2024, se há cada vez mais milionários, porque é que os salários não aumentam? Porque é que não se reduz o tempo de trabalho? Porque é que não se respeita quem trabalha por turnos?”, questionou Mariana Mortágua, num comício que decorre esta noite no Instituto Português da Juventude de Leiria.

A líder do BE começou a sua intervenção por lembrar declarações do antigo primeiro-ministro socialista António Costa, que em 2024 “celebrava o crescimento económico de Portugal acima da média europeia e um emprego em máximos”, mas também afirmações do atual chefe do executivo social-democrata, Luís Montenegro, que disse que a economia portuguesa “está a passar um bom momento”.

Mariana Mortágua questionou como é que “há fortunas a aumentar e não há dinheiro para pagar mais salários”.

“Se o administrador do Pingo Doce pode pagar-se a si próprio, sem contar com os lucros, dois mil seiscentos e quinze euros por hora, porque é que a operadora de caixa do Pingo Doce pode ganhar seis euros à hora?”, perguntou.

A líder bloquista advogou que tal só é possível porque no parlamento e no Governo “há muita gente a defender o dono do Pingo Doce mas há muito pouca gente a defender as operadoras de caixa, os trabalhadores, que fazem o país andar para a frente”.

“Eles chamam a isto estabilidade”, criticou, salientando que para os bloquistas estabilidade é “um horizonte que vai para lá do fim do mês”.

Contudo, a bloquista salientou que no próximo dia 18 de maio o voto de Alexandre Soares dos Santos, dono do Pingo Doce, “vale o mesmo” que o da operadora de caixa, que ganha o salário mínimo nacional.

“No dia 18 o voto de cada trabalhador vale o mesmo que o voto dos 50 mais ricos, de quem fica com a fortuna de quem trabalha. Só é justo e só é certo ter no parlamento quem representa e defende a maioria dos trabalhadores, que criam a riqueza em Portugal”, rematou.