Primeiro-ministro britânico celebra acordo comercial com EUA como "um dia histórico". Trump diz que acordo abrirá mercados a produtos agrícolas dos EUA

Donald Trump anunciou hoje um acordo comercial entre o Reino Unido e os Estados Unidos, classificando-o como “total e abrangente”.

Na sua rede social, Truth Social, escreveu: "O acordo com o Reino Unido é total e abrangente, e vai consolidar a relação entre os Estados Unidos e o Reino Unido por muitos anos. Dada a nossa longa história e aliança conjunta, é uma grande honra ter o Reino Unido como o nosso PRIMEIRO anúncio. Muitos outros acordos, que se encontram em fases avançadas de negociação, virão a seguir!".

Por telefone ao Presidente dos EUA, Donald Trump, em declarações transmitidas pela televisão, o primeiro-ministro britânico acrescentou: "Este é um dia realmente fantástico e histórico, em que podemos anunciar este acordo entre os nossos dois grandes países. Penso que é um verdadeiro tributo à nossa história de trabalho tão estreito".

Segundo Keir Starmer, o acordo "vai impulsionar o comércio" entre ambos e "proteger postos de trabalho, mas também criá-los, abrindo o acesso ao mercado".

O primeiro-ministro salientou ainda que "não podia ser mais oportuno" o anúncio coincidir com as celebrações do 80.º aniversário do Dia da Vitória, data do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.

Numa conferência de imprensa mais tarde, Keir Starmer adiantou que o acordo o vai eliminar as tarifas aduaneiras sobre o aço e o alumínio britânicos de 25% para 0% e do setor automóvel de 27,5% para 10%.

O acordo vai abrir o mercado britânico à carne bovina pela primeira vez, mas o Governo garante que não comprometeu as normas alimentares.

O Presidente norte-americano congratulou-se pela eliminação de "numerosas barreiras" que permitirão um maior acesso ao mercado britânico de produtos agrícolas ou químicos norte-americanos.

"O Reino Unido vai reduzir ou eliminar numerosas barreiras que, infelizmente, discriminam injustamente os produtos americanos", disse Trump.

O acordo representa uma vitória política para o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que consegue reduzir as tarifas antes de outros países e da União Europeia em particular, mas também para Trump, que argumentou que o aumento de tarifas iria forçar países a renegociarem.

Starmer fará declaração sobre negociações comerciais com os EUA após relatos de acordo

Downing Street anunciou que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, fará uma declaração esta quinta-feira sobre as negociações comerciais com os Estados Unidos, em resposta às recentes atualizações.

O acordo deverá centrar-se na redução das tarifas aplicadas pelos EUA a produtos específicos, como o aço, o alumínio e os automóveis britânicos.

O prota-voz do Governo britânico acrescentou que: "O primeiro-ministro agirá sempre no interesse nacional do Reino Unido – em prol dos trabalhadores, das empresas e das famílias. Os Estados Unidos são um aliado indispensável, tanto do ponto de vista económico como da segurança nacional".

Espera-se uma comunicação ao final da tarde. Ainda não se sabe se as conservações já terminaram, nem se a redução das tarifas será temporária ou permanente.

Já se esperava este momento

Duas fontes familiarizadas com o assunto revelaram ao The Guardian que era esperado que Trump anunciasse estrutura de acordo comercial com o Reino Unido nos próximos dias, após ter dado pistas sobre um grande anúncio com um “país importante e altamente respeitado”.

Os detalhes do possível acordo ainda não são claros. Este é o primeiro esclarecimento desde que a administração americana impôs tarifas generalizadas aos seus parceiros comerciais no mês passado.

No dia anterior, numa publicação na Truth Social a antecipar o anúncio, Trump lançou o suspense ao não revelar o nome do país nem os termos do acordo: “Grande conferência de imprensa amanhã de manhã, às 10h00, no Salão Oval, sobre um Grande acordo comercial com representantes de um país grande e altamente respeitado. O primeiro de muitos!!!”

Os Estados Unidos e o Reino Unido estão em negociações há semanas, à procura de um acordo rápido. As conversações incluem a redução de tarifas britânicas sobre automóveis e produtos agrícolas dos EUA, bem como a diminuição de impostos britânicos sobre empresas tecnológicas norte-americanas, segundo uma das fontes.

Timothy Brightbill, advogado especializado em comércio internacional da firma Wiley Rein, disse ao New York Times que o anúncio será provavelmente “apenas um acordo para iniciar negociações, identificando um quadro de temas a discutir nos próximos meses”.