
João Noronha Lopes, de 58 anos, um de cinco irmãos e pai de quatro, volta a concorrer a um ato eleitoral do Benfica, cinco anos após ter perdido para Luís Filipe Vieira a corrida à presidência, em 29 de outubro de 2020, totalizando 34,71% dos votos, contra 62,59% do antigo líder benfiquista.
Sócio 5001, apesar de ter concorrido em 2020 e ter feito parte da direção de Manuel Vilarinho no Benfica, poderá, ainda assim, ser um ilustre desconhecido para a grande maioria dos adeptos encarnados. No mundo empresarial, contudo, é bem diferente. Tirou o curso de direito, foi jurista, mas acabou por ser no mundo da gestão que mais se destacou.
Noronha Lopes é literalmente um trotamundos. Trabalhou em Portugal, onde começou por abrir um escritório de advocacia, mas logo partiu para países como França, Suíça, China, Países Baixos ou Estados Unidos. Diz quem o conhece que é um exemplo como gestor, tendo mesmo ganho vários prémios na categoria de Líder Internacional nos Best Leader Awards. As principais distinções ganhou-as quando passou pelo McDonald's, onde chegou em 2000, com apenas 34 anos.
Ao longo do seu percurso na McDonald's, João Noronha Lopes começou por ser Director de Franchising e Jurídico para o sul da Europa, tornando-se depois CEO da empresa em Portugal, presidente para o sul da Europa, membro da Comissão Executiva, vice-presidente da McDonald's Europa, Worldwide Chief Franchising Officer, deixando a empresa e regressando a Portugal em 2017.
Não parou, contudo. Desde então, Noronha Lopes, membro do Conselho da Diáspora Portuguesa desde 2013, tornou-se CEO da PB Consulting, é Senior Advisor de várias empresas de Private Equity e desempenha ainda funções de Board Chairman em Londres e Non Executive Director em Lisboa, Estocolmo, Copenhaga, Madrid, Singapura e Cidade da Guatemala.
Há sete anos fundou também a cadeia de restaurantes Vira Frangos, reconhecida pela Confederação do Comércio de Portugal como o conceito mais inovador de retalho em 2022 e é membro do YPO (Young Presidents Organization), a maior organização mundial de CEO’s.
Este lisboeta, com raízes alentejanas, e apaixonado por leitura, é tido como um gestor ao mais alto nível e com a particularidade de "saber formar grupos de trabalho", segundo alguns amigos próximos que com ele trabalharam. Em 2020, quando avançou para as eleições, e fruto das suas "qualidades profissionais", conseguiu convencer alguns ilustres benfiquistas, como o humorista Ricardo Araújo Pereira e o radialista Pedro Ribeiro, o politólogo Pedro Adão e Silva, a investigadora professora de Relações Internacionais Raquel Vaz Freire, o cineasta António-Pedro Vasconcelos, o escritor Jacinto Lucas Pires, e ainda o consultor de marketing e comentador desportivo Vasco Mendonça. Todos votaram Noronha e na altura destacaram o seu "brio profissional" e a "vantagem de ter uma experiência internacional", sobretudo nos Estados Unidos, que lhe "permitiria internacionalizar" ainda mais a marca Benfica, como o próprio também assumiu em entrevista ao SAPO24 em 2020.
Fã de basquetebol, beisebol e futebol americano, fruto dos seus muitos anos naquele continente, Noronha Lopes, tendo em conta o seu programa das eleições de 2020, vê nestes desportos, ou na gestão dos mesmos, exemplos do que poderá seguir no mundo do dirigismo desportivo, nomeadamente na tal "internacionalização" da marca Benfica, ao jeito do franchising. Experiência nisto também não lhe falta, como comprova o seu último ano na maior cadeia de restauração mundial, em 2016, quando liderou o processo de venda de 2600 restaurantes, na China numa operação de 1,7 mil milhões de euros (a maior de sempre no sector da restauração na região da Ásia e do Pacífico), tendo criado na altura o maior franchisado da cadeia McDonald's.
Agora, aos 58 anos, quer assumir a sua cadeira de sonho, a de presidente do Benfica. Nunca escondeu o seu benfiquismo e passou esse seu amor à família. Aliás, é bastante comum fazer-se acompanhar dos seus quatro filhos e da sua mulher nos jogos dos encarnados, tanto na Luz, como além-fronteiras.
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