O presidente do PSD, Rui Rio, reagiu de imediato à notícia da morte de Diogo Freitas do Amaral, aos 78 anos, considerando que foi "um aliado" dos sociais-democratas nos momentos importantes do país, e deixou-lhe "uma palavra de homenagem", durante um almoço de campanha, em Gaia, no distrito do Porto.

No final desse almoço, Rui Rio informou que o PSD cancelou o seu comício de encerramento da campanha eleitoral, previsto para o Largo do Carmo, em Lisboa, na sexta-feira, e que irá fazer a descida do Chiado, mas sem barulho, eliminando também a música nos comícios.

Por sua vez, António Costa divulgou uma nota na qualidade de primeiro-ministro, recordando Freitas do Amaral como um dos fundadores do regime democrático português, "ilustre académico e distinto estadista", e comunicou que o Governo vai decretar luto nacional no dia do seu funeral, que será no sábado.

A título pessoal, o secretário-geral do PS referiu que aprendeu muito com "o seu saber jurídico, a sua experiência e lucidez política e o seu elevado sentido de Estado e cultura democrática", quando foram colegas de Governo.

O PS decidiu, entretanto, retirar a música das suas iniciativas de campanha e fazer um minuto de silêncio no início do comício de Setúbal, hoje à noite.

A presidente do CDS-PP recebeu igualmente a notícia durante um almoço de campanha, em Barcelos, Braga, e pediu aos militantes que cumprissem um minuto de silêncio. Assunção Cristas elogiou "a coragem" de Freitas do Amaral no período pós-25 de Abril e agradeceu o seu papel na fundação do partido.

Num breve discurso, Cristas fez apelo ao voto nas eleições de domingo e anunciou que, embora sem cancelar a campanha, o partido iria adaptá-la devido à morte do seu fundador: "Não ficamos indiferentes a esta triste notícia e vamos fazer ajustamento para a poder manter, para introduzir a sobriedade que o momento exige".

Mais tarde, em Viana do Castelo, a presidente dos democratas-cristãos anunciou que o CDS-PP decidiu transformar o seu jantar-comício de hoje, no Porto, numa homenagem "em memória" de Freitas do Amaral.

O PCP lamentou a morte de Freitas do Amaral, através do seu deputado António Filipe, considerando-o uma das personalidades "mais marcantes da vida política portuguesa nas ultimas décadas" e um "notável académico".

No Porto, a coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, considerou que, apesar das "tantas diferenças" de posicionamento político, foi possível uma "convergência" com Freitas do Amaral sobre questões como direitos humanos e a paz, enviando condolências à família e amigos pela sua morte.

No distrito de Setúbal, o secretário-geral dos comunistas considerou que a campanha da CDU (PCP/PEV) está "em crescendo", sem se comprometer sobre a possibilidade de o seu partido vir a ser um apoio parlamentar suficiente para o PS voltar a formar Governo: "Essas contas apressadas, geralmente, dão mau resultado".

Durante uma "arruada" matinal pelas ruas do Barreiro, Jerónimo de Sousa foi também questionado sobre a sua continuidade à frente do PCP, e foi evasivo: "A questão não está colocada, nem por mim nem pelos meus camaradas. Agora é andar para a frente nesta campanha".

Não muito longe, em Almada, o porta-voz do PAN devolveu críticas ao Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), apontando-o como "um projeto que perdeu a sua validade" e que constitui uma "ficção política", que tem como "patrão" o PCP.

André Silva propôs "regras mais apertadas" para a criação e comercialização de animais domésticos.

De manhã, em Barcelos, Braga, a presidente do CDS falou sobre a tentativa de agressão de que foi alvo na véspera, no Porto. Assunção Cristas condenou "qualquer tipo de violência e agressão", mas adiantou que o seu partido não irá apresentar queixa, assegurando que vai continuar na rua a falar com as pessoas.

Sobre a presença, anunciada e depois cancelada, do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, num espetáculo na Casa da Música, no Porto, também na véspera, a presidente do CDS-PP disse que "aparentemente houve ali um equívoco, que está ultrapassado" e que houve "uma sobreinterpretação" dessa suposta presença.

O presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, esteve na feira da Malveira, em Mafra, no distrito de Lisboa, onde preferiu não comentar as sondagens, lamentou a falta cobertura mediática da sua campanha e defendeu que há que "tomar medidas para a participação ser maior" nas urnas.

Em Mangualde, Viseu, o secretário-geral do PS, António Costa, visitou duas fábricas de têxteis e defendeu a aposta na inovação, qualificação e estabilidade no trabalho, atribuindo prioridade política a um acordo de concertação social para elevar salários, ao longo da próxima legislatura, e excluiu uma eventual descida da Taxa Social Única (TSU).

No Porto, o presidente do PSD manifestou-se contra a redução das propinas no ensino superior, à conversa com dirigentes associativos: "Não faz nenhum sentido". Segundo Rui Rio, pelo contrário, "deveria subir" e ser "igual para todos", sem descontos com base nos rendimentos, e "o contraponto faz-se pela ação social".

Mais tarde, perante empresários, em Vila Nova de Gaia, Rui Rio sustentou que tem um perfil com maior "sensibilidade para a gestão" do que o atual primeiro-ministro e recusou responder se admite viabilizar um executivo do PS, num cenário de impasse à esquerda. "Respondo-lhe a isso quando o doutor António Costa responder se está disponível para viabilizar o meu governo, no caso de eu ganhar e não ter maioria absoluta", retorquiu.

Em Sintra, o líder do Movimento Alternativa Socialista (MAS), Gil Garcia, criticou os partidos da esquerda no parlamento, considerando que "proximidade ao poder" os fez "amolecer", e assegurou que o MAS "seria muito mais exigente do que a CDU ou o BE".

Também no distrito de Lisboa, o Partido da Terra (MPT) promoveu uma ação de limpeza na praia de Carcavelos, enquanto o presidente do Nós, Cidadãos!, Mendo Castro Henriques, esteve numa cooperativa na Amadora, onde prognosticou "um resultado interessante" para o seu partido no domingo, em particular nos círculos de Lisboa, Porto e Évora.

A cabeça de lista do PCTP/MRPP por Lisboa, Maria Cidália Guerreiro, reuniu-se com a administração do Opart (Organismo de Produção Artística), no Teatro Nacional de São Carlos e manifestou preocupação com um "duplo horário" dentro desta estrutura, que tutela também a Companhia Nacional de Bailado.