O leste de Mossul foi reconquistado após quatro meses de ofensiva, e neste domingo, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, anunciou o início da batalha pela parte oeste. Mossul é uma terra de todos e de ninguém, onde se confrontam várias forças numa batalha longa demais para todos os que vivem na cidade, e em especial as 350 mil crianças que ali se encontram encurraladas.
Mossul é segunda maior cidade do Iraque fica ao Norte de Bagdad, perto da fronteira com a região curda. Sunita, foi a primeira cidade importante ocupada pelo ISIS, em junho de 2014, e foi lá que se autoproclamou o Califado Islâmico, também conhecido como Daesh.
Quais as principais forças que combatem os extremistas do Estado Islâmico na cidade iraquiana?
Comandos antiterroristas (CTS): O Comando Antiterrorista Iraquiano (CTS), força de elite de reputação sólida, esteve na linha de frente na maioria das batalhas contra o EI. Convocados constantemente para contribuir para o esforço de guerra, estes comandos pagaram um preço elevado em baixas já registadas. Foram uma das forças presentes na batalha pelo leste e agora vão participar na reconquista do oeste.
Forças de intervenção rápida: As forças de intervenção rápida, tropas de elite do ministério do Interior, inspiram-se nas forças especiais americanas e dispõem de armamento moderno. Avançam para Mossul a partir do sul e são um elemento chave da nova operação anunciada neste domingo e centrada no aeroporto da cidade.
Exército iraquiano: Reforçado pela formação recebida por parte de assessores americanos, o exército iraquiano virou a página das derrotas de 2014 em que perdeu para os extremistas. Agora desempenha um papel importante e está presente nas quatro frentes da operação para reconquistar Mossul. No leste libertado da cidade permaneceu como força de apoio.
Polícia iraquiana: Reúne forças especiais, polícia federal paramilitar e agentes locais. Muitos destes efetivos tiveram um papel efetivo de combatentes na guerra anti-extremista. Em Mossul estão mobilizados na frente sul e também participarão desta nova fase de operações.
Peshmergas curdos: As forças de segurança da região autónoma do Curdistão iraquiano (norte) devem prestar contas teoricamente a Bagdad, mas na prática realizam livremente as suas operações contra os extremistas no norte do país. Para a batalha de Mossul estão mobilizadas a norte e a leste da cidade, mas a sua participação acabou e não se espera que entrem na cidade.
Hashd al-Shaabi (Unidades de Mobilização Popular): Esta organização criada em 2014 reúne várias dezenas de milícias, na sua maioria xiitas, que respondem oficialmente ao primeiro-ministro iraquiano. Considera-se frequentemente que os grupos mais poderosos, como Ketaeb Hezbollah (Brigadas do Partido de Deus), Asaib Ahl al Haq ou Badr, são apoiados pelo Irão. Apoiaram operações nas margens de Mossul e em algumas áreas cristãs no sudeste da cidade.Também recuperaram Tal Afar, a oeste de Mossul, e partes do deserto nos arredores, bloqueando rotas de abastecimento do EI entre o Iraque e a Síria. Mas também cometeram muitas atrocidades, como execuções sumárias ou sequestros.
Coligação internacional: A coligação internacional contra o Estado Islâmico, liderada pelos Estados Unidos, desde 2014 que ataca os extremistas no Iraque e na Síria. Fornece treino, armas e equipamentos às forças locais. Milhares de homens da coligação estão mobilizados no Iraque, sobretudo em missões de formação. Nos últimos meses alguns países mobilizaram forças especiais em terra e outros forças de artilharia.
Conselheiros iranianos: O Irão fornece assessoria e assistência na luta contra o EI, sobretudo apoio financeiro a milícias em terra. O general Qasem Soleimani, um dos responsáveis de alto escalão dos Guardiões da Revolução, exército de elite do Irão, foi fotografado em diversas ocasiões no país vizinho durante a guerra.
Forças turcas: Centenas de soldados turcos estão mobilizados numa base militar de Bachiqa, perto de Mossul, de onde lançaram ataques de artilharia contra o grupo extremista. Também estão presentes no Curdistão iraquiano.O papel militar da Turquia provoca tensões entre Ancara e Bagdad, que se recusa a permitir que as tropas turcas participem da ofensiva.
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