“A nós compete-nos fazer a leitura ponderada de tudo quanto aconteceu do percurso que fizemos nestes últimos cinco anos e, em função disso, redirecionar algumas ações e melhorar a nossa prestação de serviço público”, afirmou Rui Falcão, instantes depois de a CNE anunciar que o MPLA ganhou as eleições com maioria absoluta mas perdeu, pelo menos em três províncias, e deixou de ter uma maioria de dois terços na assembleia, passando de 150 para 124 deputados no parlamento.
Para o MPLA, trata-se de uma vitória “significativa”.
“Temos uma maioria absoluta, não devemos estar preocupados” e “vamos governar o país com essa maioria absoluta”, afirmou Rui Falcão, que não quis encontrar uma justificação para o fraco resultado do partido, particularmente em Luanda.
“São contingências da política” e o “povo entendeu que devia ser assim”, disse, acrescentando: “Nós vamos fazer a análise de forma ponderada e concluir onde é que errámos e onde é que fomos menos felizes”.
Sobre as queixas do maior partido da oposição, União Nacional para a Independência Total de Angola, que passou de 51 deputados para 90 lugares na Assembleia Nacional, Rui Falcão minimizou: “Sabemos que a UNITA, antes de iniciar o jogo, já dizia que havia fraude, pelo que não vai mudar o discurso”.
“A UNITA não muda e nós vamos continuar a fazer o nosso trabalho, aquilo que nos compete fazer. Eu continuo a dizer a democracia é isso mesmo, um dia ganha-se, no outro dia perde-se”, afirmou.
Segundo a contagem das atas síntese das votações feita pela UNITA, os dados apontam para uma vitória eleitoral da oposição, embora, na conferência de imprensa, os dados apresentados aos jornalistas ainda indicassem uma vitória curta do MPLA.
“Quem reclama tem que apresentar provas e tem que tratar o assunto com quem tem competência para o fazer. O MPLA é um jogador, não é árbitro, o árbitro é a CNE [Comissão Nacional Eleitoral] e à CNE compete dirimir as dúvidas que existirem”, explicou Rui Falcão.
Da parte do MPLA, “vamos esperar tranquilamente, como o fizemos até agora”, acrescentou, esperando que a UNITA também aceite os resultados oficiais de modo a desmobilizar os seus apoiantes, nomeadamente na zona de Luanda.
“Eu creio que agora, com a divulgação dos resultados, tudo vai serenar”, afirmou o dirigente, concluindo: “O jogo acabou, agora é governar”.
O MPLA, liderado pelo Presidente angolano, João Lourenço, venceu as eleições gerais de Angola com 51,07%, seguido da UNITA com 44,05% dos votos, divulgou a CNE, quando estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto.
Os resultados provisórios foram divulgados hoje pelo porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, numa altura em estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto, pelo que não deverá haver alterações substanciais, adiantou.
A histórica Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), o Partido de Renovação Social e o estreante Partido Humanista de Angola, único liderado por uma mulher (Bela Malaquias), elegem dois deputados cada um e a coligação CASA-CE deixa de ter representação parlamentar.
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