"Na sexta-feira ela tentou tirar a própria vida", disse à AFP o advogado da vítima, Mauricio Cardello, afirmando que por esse motivo não compareceu à audiência marcada para a semana passada e que não comparecerá nesta terça-feira para receber o resultado de um dos exames psiquiátricos que foram realizados.

Cardello disse que a denunciante "encontra-se atualmente numa situação emocional muito sobrecarregada" e que "está a ser atendida por psiquiatras no hospital público de Lagomaggiore", na província argentina de Mendoza, onde reside.

Linhas de apoio emocional e prevenção de suicídio

Caso tenha pensamentos suicidas ou conheça alguém que revela sinais de alarme, fale com o médico assistente. Se sentir que os impulsos estão fora de controlo, ligue 112.

Outros contactos:

SOS Voz Amiga
(diariamente, das 15h30 às 00h30)
213 544 545
912 802 669
963 524 660
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Conversa Amiga
(diariamente, das 15 às 22h)
808 237 327
210 027 159

SOS Estudante
(diariamente, das 20 às 01h)
239 484 020

Voz de Apoio
(diariamente, das 21h às 24h)
225 506 070

Telefone da Amizade
(diariamente, das 16h às 23h)
228 323 535

Telefone da Esperança
(diariamente, das 20h às 23h)
222 080 707

Departamento de Psiquiatria de Braga
253 676 055

Escutar- Voz de apoio
225 506 070

SOS Telefone Amigo
239 721 010

A Nossa Âncora
219 105 750
219 105 755

Brochura do INEM
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Outra das suas advogadas, Natacha Romano, explicou à AFP que a tentativa de suicídio ocorreu por volta das "3:00 locais de sexta-feira e que a presença do seu pai evitou um desfecho fatal".

Na sexta-feira passada, Cardello explicou aos jornalistas em Mendoza que a ausência da sua cliente devia-se a "problemas de estômago, dores bastante fortes" que a impediam de estar "em boas condições".

A mulher denunciou os jogadores franceses Hugo Auradou e Oscar Jegou, ambos de 21 anos, por violação após um encontro ocorrido na noite de 6 para 7 de julho num quarto de hotel em Mendoza, a 1.000 quilómetros de Buenos Aires, onde a seleção francesa de râguebi tinha acabado de disputar uma partida contra a seleção local.

A denunciante, que conheceu os jogadores numa discoteca e foi com um deles para um hotel, disse que sofreu violação e violência por parte dos dois, que estavam no quarto. Os acusados admitem ter tido relações sexuais com ela, mas afirmam que foram consensuais e negam ter utilizado violência.

Os atletas foram detidos no dia 8 de julho e colocados em prisão domiciliária no dia 17 daquele mês. Há duas semanas foram libertados por decisão do Ministério Público, embora tenham sido proibidos de sair da Argentina enquanto durasse a investigação.

O Ministério Público informou que não existiam elementos para solicitar a prisão preventiva dos acusados porque não havia provas suficientes e "porque existiam francas contradições internas e periféricas" na história da denunciante.

Nesta terça-feira, os advogados dos jogadores, convencidos de que a posição do Ministério Público está enfraquecida, pretendiam apresentar um pedido de arquivamento do processo para obter autorização para o seu regresso à França.

A ausência da denunciante na audiência desta terça não impede a priori que os defensores dos franceses apresentem o seu pedido de arquivamento do caso, disse à AFP Martín Ahumada, porta-voz da justiça provincial de Mendoza.

O advogado dos jogadores, Rafael Cúneo Libarona, disse à AFP que a decisão da denunciante de não comparecer pretende "frustrar o andamento do processo" e afirmou que ainda está a avaliar se deve ou não apresentar o pedido de demissão.

Caso o pedido seja concretizado, será a vez do Ministério Público se pronunciar, e será convocada uma audiência para que um juiz decida nos dias seguintes.