Segundo a imprensa norte-americana, o milionário pretende doar 45 milhões de dólares por mês ao "America PAC", um "comité de ação política" que apoia a campanha presidencial de Trump. Os "Super PAC" são entidades jurídicas que não podem financiar diretamente um candidato, mas podem gastar com publicidade e outras ações.
Meses antes, Musk declarou que não faria doações a nenhum dos candidatos, apesar da orientação à direita da sua rede social, X, e das suas mensagens inflamadas contra os democratas não deixarem dúvida sobre as suas afinidades políticas. Pouco depois da tentativa de assassinato de Trump, no sábado, Musk anunciou o seu apoio total ao republicano.
Personalidades menos conhecidas do setor tecnológico também sacaram do livro de cheques para o ex-presidente americano, esperando que ele promova as criptomoedas e a tecnologia de defesa e contrarie os reguladores que desejam controlar as aquisições de start-ups.
A maioria dos apoiantes de Trump em Silicon Valley são homens brancos unidos pela sua aversão à chamada ideologia "woke", termo usado pelos conservadores para designar o que consideram complacência da esquerda com as reivindicações das minorias. Eles estimam que a diversidade e igualdade jogam contra a excelência e eficácia.
Muitos desses empresários estenderam o tapete vermelho a Trump durante um evento de arrecadação de fundos organizado em junho por David Sacks, um dos membros da "Máfia PayPal". Esse grupo informal inclui Musk, que trabalhou no fim da década de 1990 na start-up, que se tornou líder no setor de pagamentos eletrónicos.
A generosidade de Sacks rendeu-lhe um discurso na Convenção Nacional Republicana. "Na minha bela cidade natal, San Francisco, o governo democrata tornou as ruas um poço de delinquência, acampamentos de pessoas sem abrigo e consumo aberto de drogas", disse Sacks aos delegados.
Outro membro da máfia PayPal, Peter Thiel, um ultraconservador de origem alemã, apoiou Trump em 2016 e consolidou-se como ponta de lança da direita no setor tecnológico.
Em 2021, após a invasão ao Capitólio, Thiel afirmou que manter-se-ia afastado da política, mas, posteriormente, fez uma contribuição importante para a campanha ao Senado de J.D. Vance, que Trump escolheu nesta semana como o seu vice-presidente na chapa republicana para as eleições de novembro.
O ex-diretor do Facebook Chamath Palihapitiya, que apresenta com David Sacks o podcast All-In, também ajudou a organizar a arrecadação de fundos. Ele é conhecido pela sua paixão pelas "SPAC", um tipo de veículo jurídico que permite às empresas entrar em bolsa mais facilmente. Essa prática foi abandonada depois do Federal Reserve aumentar as taxas, afundando o setor de capital de risco.
O site especializado The Information afirmou ontem que Marc Andreessen e Ben Horowitz, que estão à frente de um dos maiores fundos de investimento da região, também apoiam Trump.
A sua empresa criou no ano passado um fundo para travar uma guerra política com os congressistas que desejam regular as criptomoedas, uma indústria manchada por escândalos e quebras. Os "criptomilionários" Cameron Winklevoss e Tyler Winklevoss também estiveram presentes na arrecadação de fundos de junho.
Outrora hostil às criptomoedas, Trump suavizou a sua postura. O ex-presidente "vai acabar com a guerra do governo Biden com as criptodivisas", afirmou Winklevoss.
Diretores da Palantir, empresa de análise de dados fundada por Peter Thiel e Joe Lonsdale, também estão entre os apoiantes republicanos. "O nosso país está paralisado porque temos estes loucos a mandar", disse Lonsdale neste mês ao canal CNBC, referindo-se aos democratas.
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