Discursando num jantar de fim de ano perante dezenas de apoiantes, em Braga, Raimundo afirmou que as eleições legislativas antecipadas de 10 de março são uma oportunidade única e têm tão grande importância, que, segundo o próprio, “aí estão os do costume a tentar, mais uma vez, a abrir caminho à mentira, à mistificação, às ilusões, a armadilhar o caminho”.
“Desde logo, a armadilha do PS, que fala agora num novo ciclo, multiplicando-se de promessas atrás de promessas, e dizendo que agora é que é, agora é que vai ser, agora ninguém nos para. Não há passado, não há responsabilidades, não há nenhuma experiência da sua maioria absoluta, é como se não tivesse passado nada”, acusou o secretário-geral do PCP.
Raimundo frisou que também “não vale a pena” o Partido Socialista tentar recuperar para as eleições de 10 de março “a estratégia e a tática da vitimização, ou da chantagem, ou da ilusão, porque isso funcionou há dois anos [quando venceu com maioria absoluta], mas agora já não pega”.
“Não contam com o PCP para alimentar ilusões que o PS, que é só um, com as suas proclamações, por um lado, e depois com a sua prática real, a sua política, por outra”, assumiu o líder comunista, quando ainda não se sabia quem seria o futuro secretário-geral do PS, se Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro.
Paulo Raimundo refutou igualmente a ideia de que dar força ao PS é combater a direita.
“Também não vale a pena virem com a conversa de que dar força ao Partido Socialista é combater a direita. Porque, quem quer combater a direita, há duas coisas que não pode fazer: primeiro alimenta-la e segundo, fazer a política de direita”, salientou o secretário-geral do PCP.
Paulo Raimundo criticou os dois últimos anos de governação de maioria absoluta socialista, dizendo que a política seguida não serve o povo e não serve o país, garantindo que o PCP “não vai alimentar esse guião”.
“Depois destes últimos dois anos em que a maioria absoluta não só não resolveu os problemas como foi umas mãos largas para os grupos económicos, os que se sentem justamente desiludidos e traídos vão dar um sinal claro, não voltarão a cair na conversa da sereia do PS e darão o seu apoio e voto à CDU”, afirmou o líder comunista.
Segundo Raimundo, “a questão decisiva e determinante, aquilo que vai abrir um caminho novo, é o reforço do PCP, é o reforço da CDU, com mais votos, com mais deputados, com mais percentagem, independente do resultado dos outros”.
No total, a CDU elegeu seis deputados nas últimas legislativas, atingindo um mínimo histórico que fez com que o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) perdesse representação parlamentar.
Paulo Raimundo assumiu hoje o desejo e a confiança em eleger um deputado pelo círculo de Braga.
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