O exercício Air Defender 23 (AD23), que decorrerá de 12 a 23 de junho, contará com 10.000 participantes e 250 aviões de 25 países para responder a um ataque simulado a um membro da NATO.
“Trata-se de um exercício que será absolutamente impressionante para qualquer pessoa que esteja a assistir”, disse a embaixadora dos Estados Unidos em Berlim, Amy Gutmann numa conferência de imprensa na capital alemã.
Os Estados Unidos vão enviar 2.000 elementos da Guarda Nacional Aérea e cerca de 100 aviões para participar nas manobras de treino, coordenadas pela Força Aérea Alemã (Luftwaffe).
Entre os participantes estão a Suécia e o Japão, dois países que não integram a NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Participam também Bélgica, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Eslovénia, Estados Unidos, Estónia, Espanha, Finlândia, França, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polónia, República Checa, Reino Unido, Roménia e Turquia.
“Ficaria muito surpreendida se algum líder mundial não tomasse nota do que isto demonstra em termos do espírito desta aliança, o que significa a força desta aliança”, disse Gutmann, citada pela agência norte-americana AP.
“E isso inclui o senhor [Vladimir] Putin”, acrescentou, referindo-se ao Presidente russo, que ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para, entre outras razões, travar o alargamento da NATO no leste da Europa.
Embora o exercício estivesse planeado há vários anos, a invasão da Ucrânia fez com que a NATO se preparasse para a possibilidade de um ataque ao seu território.
O exercício simula a invasão da Alemanha por forças de uma aliança militar de leste, o que leva ao acionamento do princípio da defesa coletiva do território da NATO, previsto no artigo quinto do tratado da Aliança Atlântica.
O tratado foi assinado em 04 de abril de 1949, em Washington, pelos 12 países fundadores da NATO, incluindo Portugal, que não participa no exercício AD23.
“Estamos a mostrar que o território da NATO é a nossa linha vermelha, que estamos preparados para defender cada centímetro deste território”, disse o comandante da Luftwaffe, tenente-general Ingo Gerhartz.
O diretor da Guarda Nacional Aérea dos Estados Unidos, tenente-general Michael A. Loh, disse que o exercício vai para além da dissuasão.
“Trata-se da prontidão da nossa força. Trata-se de coordenação, não apenas no seio da NATO, mas com os nossos outros aliados e parceiros fora da NATO”, afirmou.
As autoridades alemãs admitiram que o exercício poderá causar algumas perturbações na aviação civil na Europa e muito ruído, devido aos cerca de dois mil voos previstos.
“Não há segurança a custo zero”, justificou o comandante da Luftwaffe, citado pela agência espanhola EFE.
Comentários