A maioria dos 226 migrantes a bordo do “Geo Barents” estão em condições muito difíceis depois de terem passado vários dias sem água ou alimentos no Mediterrâneo Central, acrescentou a ONG.
A última das três operações de resgate ocorreu hoje, quando o navio da ONG conseguiu salvar “47 pessoas que estavam em perigo num navio sobrelotado em águas internacionais”, aclarou a Médicos Sem Fronteiras (MSF), nas suas redes sociais.
“As pessoas estavam exaustas depois de passarem quase dois dias no mar. Foram todos resgatados pela equipa e estão agora a receber tratamento”, referiu.
Antes desta última operação, o “Geo Barents” resgatou 130 pessoas avistadas num “barco de madeira de dois pisos lotado” e outros 49 migrantes, entre eles nove crianças e 16 mulheres, retirados de um barco insuflável”.
“Os sobreviventes disseram-nos que passaram dois dias no mar sem comida nem água”, referiu a MSF, afirmando que, no último resgate, o navio estava “muito instável” e que alguns dos migrantes resgatados têm “necessidades médicas que requerem atenção em terra”.
O navio da MSF navega agora em direção a Livorno, no norte de Itália, porto designado pelas autoridades italianas, “a quase 1.100 quilómetros do primeiro local de resgate”, constatou a ONG.
O Governo de extrema-direita italiano, liderado por Giorgia Meloni, adotou a chamada política de “portos distantes” para grupos de resgate no Mediterrâneo, que são forçados a navegar centenas ou milhares de quilómetros para conseguir desembarcar com os migrantes salvos.
Em 2024, mais de 28.000 migrantes chegaram a Itália através da rota do Mediterrâneo Central, uma das mais perigosas do mundo.
O número é muito inferior ao registado no mesmo período do ano passado, quando mais de 73.000 pessoas chegaram a solo italiano por essa via.
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