“Nunca um soldado italiano irá morrer em nome de Macron, é o que eu penso”, disse Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga, que integra a coligação governamental da primeira-ministra Giorgia Meloni, citado pela agência italiana ANSA.
Macron reafirmou numa entrevista à revista britânica The Economist, divulgada hoje, que não se pode excluir o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia, tal como já tinha dito em fevereiro.
“Se os russos passassem a linha da frente, se houvesse um pedido ucraniano – o que não é o caso atualmente – deveríamos legitimamente colocar-nos a questão”, disse o Presidente francês.
Para Macron, excluir tal hipótese ‘a priori’ significaria não se ter aprendido “as lições dos últimos dois anos”, quando os países da NATO recusaram enviar tanques e aviões para a Ucrânia, antes de mudarem de ideias.
Numa reação à posição de Salvini, o eurodeputado Sandro Gozi, secretário-geral do Partido Democrata Europeu, acusou o líder da Liga de ser o verdadeiro porta-voz do Kremlin (presidência russa).
“A primeira resposta imediata às palavras do Presidente francês não veio da porta-voz oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, mas do verdadeiro porta-voz do Kremlin na Europa, Matteo Salvini”, afirmou.
Gozi, eleito pelo partido Renascença de Macron, disse que “Salvini sempre foi muito claro em relação [ao Presidente russo Vladimir] Putin e à guerra na Ucrânia”.
“Não há ambiguidade estratégica: ele escolheu o lado em que quer estar, o de Putin e da Rússia, obviamente”, acrescentou.
Gozi acompanhou os comentários nas redes sociais com uma fotografia conhecida de Salvini na Praça Vermelha, em Moscovo, envergando uma t-shirt com o rosto de Putin.
Salvini já declarou no passado a admiração Putin, mas condenou a invasão russa da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro de 2022.
Mais recentemente, Salvini apelou a Kiev para que negociasse com os russos.
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