“Até agora, a parte mais notável desta declaração da primeira-ministra [britânica Theresa May] é o que está ausente: uma data para reprogramar a votação. Estará simplesmente a tentar ganhar tempo? Isso é inaceitável”, considerou Sturgeon numa mensagem na rede social Twitter.
A dirigente escocesa tinha confirmado previamente um contacto com May e que ocorreu antes da sua comparência na Câmara dos Comuns para comunicar a decisão de adiar a votação, devido à impossibilidade de garantir o apoio para o acordo de saída e a declaração política que negociou com a União Europeia (UE).
“Acabo de falar com a primeira-ministra. Transmiti-lhe a minha profunda frustração de que os interesses do dividido partido Tory [conservadores] tenham prioridade sobre os interesses do país e que atrasar a votação é uma abdicação de responsabilidade, e conduz a um ainda maior caos”, afirmou.
A ministra principal da Escócia, também líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), que hoje anunciou que votará a favor de uma moção de censura contra May caso seja apresentada pelo Labour [Partido Trabalhista, na oposição], elogiou a intervenção durante o debate de hoje, no parlamento de Westminster, de Kirsty Blackman, deputada eleita pelo SNP.
“É bom escutar Kirsty Blackman dizendo algumas verdades à primeira-ministra: sobre a absoluta incompetência do seu Governo e o desprezo que demonstrou perante a Escócia durante todo este lamentável processo. Bem feito”, indicou.
Na sua intervenção, Blackman sublinhou que o executivo britânico “está concentrado em salvar o cargo da primeira-ministra e do seu partido, em vez de fazer o que é correto para o país”.
May respondeu que pretende continuar a “ouvir” os deputados que lhe transmitiram “uma preocupação muito específica” sobre o pacto.
Perante a ausência de uma maioria no parlamento que lhe permitisse confirmar o pacto negociado com a UE e que recebeu a aprovação dos restantes 27 Estados-membros, May anunciou que a votação foi adiada para tentar obter “garantias adicionais” de Bruxelas sobre a Irlanda do Norte.
A chefe do Governo acrescentou que vai dialogar com os líderes europeus antes da cimeira desta semana para tentar esclarecer os termos do mecanismo de salvaguarda previsto para evitar o regresso de uma fronteira na ilha da Irlanda, o tema mais difícil das negociações e que originou as maiores divergências.
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