O ex-chefe de Estado, de 67 anos, esteve ao lado dos dois coarguidos na sala, repleta, do Tribunal da Relação, que os vai julgar neste caso que remonta a 2014.
Nicolas Sarkozy, que liderou o país entre 2007 e 2012, é novamente julgado com o seu advogado, Thierry Herzog, e com o ex-magistrado Gilbert Azibert.
Em primeira instância, num julgamento em que considerou uma infâmia, o ex-presidente foi condenado, em 01 de março de 2021, a três anos de prisão – um de prisão efetiva em regime domiciliário com pulseira eletrónica -, tornando-se o primeiro chefe de Estado da quinta República condenado a prisão.
A mesma sentença foi pronunciada contra os seus coarguidos, neste caso que teve origem nas interceções telefónicas de conversas entre o Sarkozy e Herzog no início de 2014.
Na altura, os juízes encontraram evidências nas escutas de telefonemas entre os dois que sustentaram as suspeitas de financiamento líbio da campanha de Sarkozy para as presidenciais de 2007.
Os investigadores descobriram depois a existência de uma terceira linha posta em serviço em 11 de janeiro de 2014 sob o pseudónimo “Paul Bismuth” – o nome de um conhecido do liceu de Herzog — que mostrou um pacto de corrupção com Gilbert Azibert, 75 anos, magistrado, que teria usado a sua influência com a promessa de benefícios para a sua carreira.
Há pouco mais de um ano, num outro processo, o ex-Presidente francês foi considerado culpado de financiamento ilegal na sua campanha de reeleição em 2012.
O tribunal considerou que o antigo chefe de Estado francês beneficiou de um sistema de dupla contabilidade criado para poder ultrapassar os limites de despesas com a campanha impostos pela legislação francesa.
Sarkozy, que negou ter sido responsável por qualquer irregularidade, foi acusado de ter gastado quase o dobro do valor máximo legal (22,5 milhões de euros) na candidatura à reeleição em 2012, que perdeu para o socialista François Hollande.
O antigo Presidente não foi acusado pelo sistema de faturas falsas usado no processo para ocultar os gastos excessivos da campanha, mas de ter ignorado alertas claros sobre os riscos de ultrapassar o limite e de ter beneficiado com a fraude, que lhe permitiu ter financiamentos além dos autorizados pela lei.
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