Os agressores atacaram 17 comunidades durante ataques “sem sentido e não provocados” no sábado, domingo e segunda-feira de manhã, durante os quais a maioria das casas na área foram incendiadas, disse o governador do Plateau, Caleb Mutfwang, numa emissão da televisão local, Channels Television.

Este é o mais recente massacre atribuído à crise dos agricultores e pastores do país naquele país da África Ocidental. Um balanço anterior dava conta de 113 mortes e mais de 300 pessoas feridas.

“Enquanto vos falo, só na administração local de Mangu, enterrámos 15 pessoas. Já esta manhã, em Bokkos, contámos nada menos do que 100 cadáveres. Ainda estou a fazer o balanço (das mortes) em Barkin Ladi”, afirmou Mutfwan.

“Foi um Natal muito aterrador para nós, aqui no Plateau”, acrescentou.

“As hostilidades eclodiram no sábado e continuavam na manhã de segunda-feira”, declarou à AFP Monday Kassah, presidente do conselho governamental de Bokkos, um distrito da região, que há vários anos é afetado por tensões religiosas e étnicas.

Os escritórios da Amnistia Internacional (AI) na Nigéria indicaram à agência Associated Press que, até agora, foram confirmadas 140 mortes nas áreas governamentais de Plateau, dominadas pelos cristãos, em Bokkos e Barkin-Ladi, com base em dados compilados pelos colaboradores da AI no terreno e por funcionários locais, embora os residentes apontem para um número mais elevado de mortes.

Alguns habitantes locais disseram que foram necessárias mais de 12 horas para que as agências de segurança respondessem aos pedidos de ajuda, uma afirmação que a AP não pôde verificar de forma independente, mas que reflete preocupações anteriores sobre a lentidão das intervenções das forças de segurança nesta crise na Nigéria, que já matou centenas de pessoas este ano, incluindo na região do Plateau.