Milhões de americanos assistirão ao evento, que começará às 21hoo locais, na Geórgia, um dos estados mais disputados das eleições.

O democrata de 81 anos e o republicano, de 78, estão em empate técnico nas intenções de voto.

Segundo uma sondagem publicada na quarta-feira pela Universidade de Quinnipiac, Trump tem 49% das intenções de voto, contra 45% para Biden, a nível nacional. Outra sondagem, divulgada no domingo pelo canal Fox, mostra o democrata à frente (50% a 48%).

Os dois partidos esperam que o duelo de uma hora e meia permita conquistar votos entre os indecisos, que podem ser cruciais em novembro.

Apesar da falta de carisma, o atual presidente apresenta-se como protetor da democracia, perante um rival temperamental e propenso a falsas digressões, nunca tendo reconhecido a sua derrota em 2020.

Normas rígidas

O debate terá dois moderadores, os jornalistas da CNN Jake Tapper e Dana Bash, e seguirá normas rigorosas.

Numa tentativa de evitar a cacofonia do primeiro debate de 2020, durante o qual Biden e Trump passaram uma hora e meia a gritar e a interromper as falas do outro, a emissora desligará o microfone de cada candidato quando terminar o tempo de resposta estipulado.

Além disso, o programa não terá plateia, nem teleponto, o dispositivo que exibe textos aos apresentadores de televisão e políticos nos seus discursos, e que permite a leitura sem tirar os olhos da câmara.

Biden, o presidente mais velho da história do país, passou dias reunido com assessores para se preparar para o debate. Deseja tranquilizar o país, mais preocupado com a sua evidente fragilidade física do que com o estado de saúde de seu adversário, que é apenas três anos mais jovem.

"Na imprensa, muitos já estão dispostos a entregar um troféu a Joe Biden se ele conseguir permanecer de pé durante 90 minutos", disse Jason Miller, assessor da campanha republicana.

O ex-presidente insinuou que o rival será "dopado" antes do debate.

Trump deseja explicar em Atlanta, capital da Geórgia, os seus planos para controlar a inflação, garantir a segurança na fronteira com o México e acabar com as guerras no mundo, disse Miller.

Visões opostas

As eleições apresentam duas visões radicalmente opostas dos Estados Unidos, que abordam principalmente o poder de compra e a migração.

Neste sentido, Biden tenta estabelecer uma distância da retórica de seu rival, que acusa os migrantes, muitos deles latino-americanos, de "envenenar o sangue" do país.

O debate desta quinta-feira será excecional em todos os sentidos.

Os americanos nunca tiveram que decidir entre candidatos de tanta idade, nem considerar se se deve confiar as chaves da Casa Branca a um ex-presidente condenado num processo de pagamentos ocultos a uma atriz pornográfrica e que enfrenta risco de pena de prisão.

As eleições têm outro candidato: o independente Robert Kennedy Jr., que já denunciou o facto de ter sido excluído do debate.

O sobrinho do presidente assassinado John Fitzgerald Kennedy, com reduzidas possibilidades de vitória, organizará um evento nesta quinta-feira em Los Angeles (Califórnia), que será exibido ao vivo na rede social X.

Um segundo debate está programado para 10 de setembro, dois meses antes das eleições.

*Por Andrew Caballero-Reynolds e Camille Camdessus, da AFP