Com o Senado dividido em linhas partidárias, a votação de quarta-feira terminou num empate a 49 votos e o vice-presidente J.D. Vance foi obrigado a ir ao Capitólio para desempatar e garantir que a resolução era rejeitada definitivamente.

Mais tarde, o líder da maioria no Senado, John Thune, disse aos jornalistas que os republicanos tinham realizado uma votação processual para garantir que os democratas não pudessem voltar a trazer a resolução à tona.

A resolução democrata forçou uma votação ao abrigo de um estatuto que lhes permite tentar pôr fim à emergência económica nacional que o Presidente usou para implementar as tarifas.

Trump anunciou tarifas de pelo menos 10% sobre quase todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos a 2 de abril. Alguns dias depois, após um colapso do mercado bolsista, voltou atrás e suspendeu as taxas durante 90 dias.

A senadora democrata Elizabeth Warren classificou-a como uma “falsa emergência”. As tarifas “estão a empurrar a nossa economia para o precipício”, alertou.

Alguns republicanos defenderam que a votação foi um golpe político. Thom Tillis disse que apoia uma proposta separada do republicano Chuck Grassley, que daria ao parlamento um maior poder sobre a determinação das tarifas, mas que votou contra a resolução democrata, que disse ser apenas para “marcar um ponto”.

Os democratas disseram que o principal objetivo era expor os republicanos de qualquer forma e tentar reafirmar os poderes do Congresso, o parlamento dos Estados Unidos.

“O Senado não pode ser um espectador passivo na loucura das tarifas”, disse Ron Wyden, um dos principais senadores que apresentou a resolução.

O líder democrata do Senado, Chuck Schumer, disse que os números económicos sombrios devem servir de alerta para os republicanos.

Horas antes, o Departamento do Comércio tinha dito que a economia dos Estados Unidos encolheu 0,3% no período entre janeiro a março, a primeira queda em três anos.

A senadora republicana Susan Collins admitiu que a votação renhida “demonstra que há desconforto com o plano do Presidente”.

“Em parte, o plano do Presidente ainda está em evolução, mas muitos de nós estamos a ouvir dos empregadores lá em casa sobre o impacto negativo das tarifas”, disse.

Na quarta-feira, Trump tentou tranquilizar os eleitores de que as tarifas não provocarão uma recessão, uma vez que o Governo se concentrou na China, aumentando as tarifas sobre os produtos chineses para 145%.

O Presidente disse que a China estava “a ter tremendas dificuldades porque as suas fábricas não estavam a fazer negócios” e garantiu que os Estados Unidos não precisam de importações chinesas.

“Talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de 30 bonecas”, disse. “Então, talvez as duas bonecas custem mais alguns dólares do que normalmente custariam”, acrescentou.