O nível das águas do rio Guaíba, que banha Porto Alegre, a capital do estado do Rio Grande do Sul e uma das cidades mais afetadas pelas cheias, subiu para 4,05 metros na sexta-feira, um metro acima do nível de cheia, voltando a inundar alguns bairros do centro da cidade.
O nível do rio atingiu o máximo histórico de 5,35 metros no início de maio e tem vindo a descer desde então, para pelo menos 3,93 metros na quinta-feira, pelo que algumas pessoas com casas inundadas regressaram para tentar salvar o pouco que lhes restava e iniciar o processo de limpeza.
As chuvas tinham parado nos últimos dias, mas voltaram a cair com força na quinta-feira, quando os serviços meteorológicos emitiram um alerta para trovoadas, granizo e ventos fortes e aconselharam as pessoas em áreas de risco a procurar segurança.
Com o sistema de bombeamento de Porto Alegre em colapso e o sistema de esgoto entupido com lixo e detritos, a água começou subir em áreas onde as enchentes já haviam recuado.
O centro de Porto Alegre amanheceu novamente coberto de lixo e com um novo rastro de destruição.
Os temporais também provocaram o transbordamento dos rios Jacuí, Caí, Sinos e Taquari, colocando novamente em alerta moradores de várias cidades gaúchas que já haviam voltado para casa.
O último boletim da Defesa Civil, divulgado na manhã de sexta-feira, não registou qualquer alteração no número de mortos (164) ou feridos (806), mas reduziu o número de desaparecidos de 72 para 65.
De acordo com o mesmo boletim, das 2,3 milhões de pessoas afetadas pelo desastre climático, o que corresponde a quase 20% da população do Rio Grande do Sul, 63.918 estão em abrigos improvisados em escolas, ginásios e igrejas e outras 581.613 em casas de parentes ou amigos.
Depois do alerta de hoje, os meteorologistas preveem agora que a chuva vai parar até ao final da noite mas que, com a chegada de um bloco de ar polar, as temperaturas vão cair a pique e, em algumas regiões, poderão descer até aos cinco graus negativos.
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