Ao intervir hoje numa conferência da iniciativa “Portugal que faz” dedicada à região de Viseu, António Ramalho defendeu que é preciso refletir sobre as consequências e as formas para sair desta crise.
No seu entender, “uma crise com estas características precisa de um nível de resiliência, de paciência, de resistência e de reflexão em que o Novo Banco se sente particularmente preparado para ajudar”.
“Também temos a nossa história de legado, estamos agora a chegar ao fim, com muitíssimos ‘fait divers’ que vão ocupando o nosso espaço”, afirmou, salientando “o esforço enorme que todos fizeram para ter uma instituição que tenha capacidade de resistir, de recuperar e de servir a sociedade”.
À entrada para a conferência, António Ramalho recusou-se a comentar aos jornalistas a polémica em torno do bónus referente a 2020 de 1,86 milhões de euros que o Novo Banco vai atribuir aos membros do conselho de administração executivo (prémio que foi diferido para 2022, após concluída a reestruturação da instituição).
“Há sempre um sítio para falar, não é aqui”, disse aos jornalistas quando questionado sobre o assunto, aludindo à comissão parlamentar de inquérito.
Durante a conferência em Viseu, António Ramalho, frisou que “o Novo Banco é sobretudo um banco de empresas, um banco de profissionais e um banco de negócios”, que poderá ajudar na reflexão sobre as soluções para os problemas provocados pela covid-19.
Estes problemas “são, numa crise particularmente homogénea em todo o mundo, absolutamente assimétricos, setor a setor, empresa a empresa, região a região”, acrescentou.
“Sabemos, melhor do que ninguém, o custo do adiamento das decisões. Isto é, quando não refletimos no momento certo, quando não encontramos as medidas adequadas, quando não fazemos o que temos de fazer, esse adiamento, normalmente, traz custos acrescidos”, avisou.
O presidente do conselho de administração executivo do Novo Banco aludiu aos “efeitos decorrentes das múltiplas medidas bem adequadas que, de alguma maneira, foram preservando o tecido empresarial”, como as moratórias, as linhas de apoio covid-19 e a proteção ao emprego.
No entanto — acrescentou – todas elas terão de ser “progressivamente ajustadas à normalidade da situação”, no âmbito de uma reflexão conjunta.
“Esta é uma crise a que nós individualmente tivemos que nos adaptar, mas é uma crise da qual só conjuntamente teremos capacidade de sair eficazmente”, sublinhou.
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