Nuno Melo chegou ao 29º. Congresso do CDS ao volante da sua Renault 4L, o que lhe valeu uma caricatura em que aparece a mudar um pneu. Comprar e recuperar carros antigos é para o deputado europeu um hobby, pelo que a resposta não se fez esperar: "O CDS é um bocadinho como a Renault 4L. Fiável e robusta, com alguns cuidados básicos está de volta à estrada".

O novo líder do CDS não está interessado em discutir os erros do passado, diz que estão identificados e serão corrigidos. Aqui chegados, "varridos da Assembleia da República, o CDS tem uma oportunidade" e, promete, vai fazer "tudo diferente em relação ao futuro".

"Se o Dr. António Costa, apesar de todos os erros, teve maioria absoluta, foi porque a oposição não esteve à altura", diz. E critica o programa do PS, que não reflete a "economia de guerra" em que vivemos. E a aplicação do PRR, que vai servir na quase totalidade para satisfazer necessidades de um "Estado macrocéfalo", um "sorvedouro de recursos", em vez de ir para as empresas. E é esta gestão, afirma, que faz com que Portugal seja hoje o sétimo país mais pobre a União Europeia.

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Se prefere o Parlamento Europeu ao nacional, diz que são realidades distintas, embora considere que "tudo o que de mais relevante se passa em Portugal acontece também no Parlamento Europeu", e lá, confessa, ganha "um bocadinho melhor do que um deputado à Assembleia da República".

É contra um exército europeu e acredita que "se não fosse a NATO, a Rússia, provavelmente, não se teria ficado pela Ucrânia". Estaria a favor de um embargo ao gás e petróleo russos, mas há muito que defende a criação de corredores energéticos através dos Pirenéus, uma realidade que, até aqui, tem sido impedida pela França.

Quanto a dependências, regozija-se por o PS já ter anunciado duas medidas sobre as quais o CDS tem direitos de autor: a redução do ISP dos combustíveis e a compra centralizada de cereais pela União Europeia para distribuir pelos 27 Estados-membros. "Não estamos no Parlamento, mas se as propostas que apresentamos forem tidas como boas por outros e ajudarem na vida dos portugueses, fico satisfeitíssimo. Mas a autoria é importante, portanto, temos de lembrar isto muitas vezes".