“A adoção de políticas irrealistas para reduzir as emissões (…) levará, nos próximos anos, a uma inflação sem precedentes e ao aumento dos preços da energia, ao aumento do desemprego e a outros graves problemas sociais e de segurança, como pobreza, fome, extremismo e terrorismo”, referiu bin Salman.
A declaração de bin Salman foi feita enquanto o príncipe estava sentado ao lado do Presidente dos EUA, Joe Biden, que quer acelerar a transição para energia limpa, mas, face ao aumento dos preços do petróleo devido à guerra na Ucrânia, pediu a Riade para aumentar a produção de petróleo como forma de reduzir os preços.
O príncipe herdeiro secundou o argumento de Riade sobre a impossibilidade de fazer uma transição energética sustentável deixando de lado algumas “fontes fundamentais de energia”, como o petróleo e o gás natural, e a necessidade de que o processo de mudança seja gradual.
Bin Salman reafirmou “a importância” de continuar a bombear petróleo enquanto se investe em tecnologias limpas durante as próximas duas décadas para responder às crescentes necessidades globais.
Além disso, considerou “necessário” tranquilizar os investidores de hidrocarbonetos e deixar claro que as políticas adotadas para uma transição de energia limpa não “ameaçarão os seus investimentos”.
A Arábia Saudita lidera a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e é o maior exportador mundial de petróleo bruto, embora nos últimos anos também tenha feito investimentos em energia limpa.
Joe Biden, por sua vez, está numa situação difícil, já que chegou à Casa Branca com a promessa de liderar a transição para energias limpas, tendo voltado a aderir ao Acordo Climático de Paris do qual os EUA saíram sob durante a administração de Donald Trump (2017-2021).
No entanto, um ano e meio depois de assumir o poder, o Presidente não conseguiu ainda reduzir a dependência dos Estados Unidos dos hidrocarbonetos e, face à subida dos preços da gasolina, recorreu à Arábia Saudita para aumentar a produção de petróleo.
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