Desde 30 de outubro até 7 de novembro, os técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) estiveram em greve às horas extraordinárias, pedindo a revisão da carreira e melhores condições salariais, uma situação que criou vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.
O que aconteceu durante a greve?
A greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.
Pelo menos quatro seis terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112 no atendimento na linha 112.
Este problema poderia ter sido evitado?
Aparentemente sim.
O organismo terá avisado Ana Paula Martins dez dias antes de avançar com o protesto, mas nunca teve qualquer resposta por parte de Ana Paula Martins.
Ana Paula Martins afirmou terça-feira ter ficado surpreendida com a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), mas aparentemente o sindicato destes profissionais terá enviado um e-mail, no passado dia 10 de outubro, a avisar a ministra do aviso de greve, salientando que daria um prazo de dez dias para negociar com o Governo, escreve esta sexta-feira o Expresso.
"A primeira mensagem de correio eletrónico do dia 10 de outubro foi enviada para o chefe de gabinete da ministra, para Ana Paula Martins, para as duas secretárias de Estado e para o presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). A missiva fazia uma descrição sumária das condições de trabalho, sublinhando que a ministra reconheceu como “miserável” o índice remuneratório dos técnicos quando foi ouvida no Parlamento", lê-se no artigo.
O que diz o Governo?
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu hoje que os problemas no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “não se resolvem” demitindo a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, referindo que isso se aplica a “todos os membros do Governo”.
“A consequência política, quando há problemas, é resolvê-los, essa é a consequência política. A consequência política não é, para ser direto a responder à sua pergunta, mudar pessoas para o problema continuar, é o contrário, é resolver o problema para que nós possamos continuar cada vez mais a prestar bom serviço”, salientou Luís Montenegro.
E a oposição?
O secretário-geral do PS responsabilizou hoje o primeiro-ministro pela crise no INEM, advertindo que não é um problema exclusivo da ministra da Saúde e exigindo que se retirem consequências políticas.
Numa declaração aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, Pedro Nuno Santos considerou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem de retirar consequências políticas da crise dos últimos dias nos serviços de emergências médica, embora nunca tenha exigido a demissão da ministra da Saúde.
“A avaliação sobre a continuidade da senhora ministra não é do líder do PS, deve ser feita pelo primeiro-ministro”, afirmou o líder socialista.
Pedro Nuno Santos frisou que a responsabilidade da crise no INEM já não é só da ministra da Saúde como “também do Governo todo e do primeiro-ministro em particular”, uma vez que, disse, “optou por desvalorizar” a greve dos profissionais de emergência médica, em vez de garantir que a situação iria ser averiguada e daí ser retiradas consequências.
“Estamos perante um caso muito grave de negligência, irresponsabilidade e incompetência por parte do Governo na gestão da greve dos trabalhadores de emergência médica”, sustentou.
E que mais aconteceu?
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito aos casos de mortes noticiados nos últimos dias por alegados atrasos no atendimento do INEM, anunciou hoje a entidade.
O processo de inquérito incide sobre “as situações noticiadas, nos últimos dias, sobre os eventuais atrasos no atendimento realizado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica”, adianta a IGAS na resposta à Lusa.
As falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os CODU, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar têm levantado forte polémica e já terão levado à morte de pelo menos seis pessoas.
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