Veja o que se sabe sobre os últimos minutos do pior desastre aéreo da história da Coreia do Sul.
Choque com pássaros
No domingo, 29 de dezembro de 2024, às 8h45 locais, o voo 2216 da Jeju Air de Banguecoque foi autorizado a aterrar em Muan, sudoeste da Coreia do Sul.
Três minutos depois, a torre de controle alertou o piloto sobre a presença de pássaros.
Dois minutos depois, o piloto fez uma chamada de emergência anunciando "choque com pássaros, choque com pássaros", segundo o Ministério do Transporte.
De acordo com um deputado da oposição, que citou dados da administração aeroportuária da Coreia do Sul, Muan tem a maior taxa de colisões com aves do país. No entanto, os especialistas consideraram estranho que uma colisão com pássaros afetasse o funcionamento de componentes-chave do avião.
"Não é comum que um choque com pássaros cause a falha de ambos os motores do avião, mas parece que foi isso que aconteceu", disse Goo Nam-seo, professor de Ciência Aeroespacial na Universidade Konkuk, em Seul.
Agora, as autoridades investigam se o aeroporto estava a cumprir os regulamentos para evitar colisões com pássaros.
Tentativas de aterrar
O piloto terá abandonado as tentativas de aterrar, até que a torre de controle acabou por lhe propor que aterrasse no sentido contrário e o piloto aceitou.
Às 9h02, o avião tentou aterrar pela segunda vez na pista, mas, aparentemente, sem o trem de aterragem.
Trem de aterragem
O trem de aterragem não funcionou e o piloto teve que aterrar sem o mesmo.
O avião derrapou na pista e bateu num muro.
Os bombeiros sul-coreanos e o Ministério dos Transportes sugerem que a possível colisão com pássaros terá danificado o trem de aterragem.
Muro de cimento
Às 9h03, o avião colidiu contra um muro onde estava localizado um instrumento de orientação denominado localizador.
Em alguns vídeos, o avião aparece a colidir contra essa instalação, localizada a 250 metros da pista.
Ainda assim, há dúvidas sobre o motivo pelo qual esse localizador foi instalado no final da pista, algo que, segundo especialistas, pode representar um perigo caso o avião saia da mesma.
A imprensa local informou que a instalação poderia violar as leis que exigem que as estruturas nos terrenos do aeroporto sejam feitas de materiais que se quebrem facilmente.
Últimas conversas
Os investigadores recuperaram as duas caixas-pretas do avião.
Segundo o vice-ministro responsável pela Aviação Civil, Joo Jong-wan, foi recuperada a gravação de voz da cabine, com as últimas conversas dos pilotos.
A outra caixa-preta, que contém os dados do voo, foi danificada e enviada para os Estados Unidos para análise.
O que acontece agora?
O governo ordenou uma inspeção de emergência de todas as aeronaves Boeing 737-00 operadas por companhias aéreas coreanas, assim como das pistas dos aeroportos nacionais.
O Ministério do Transporte indicou que a descoberta da causa exata do acidente poderá demorar entre seis meses a três anos.
A investigação é conduzida pelas autoridades de segurança da aviação sul-coreanas, com o apoio da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, que costuma apoiar casos como este no exterior.
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