Ou seja, segundo as investigadoras responsáveis por este estudo, que hoje foi apresentado no Porto, “uma dieta rica em gordura pode conduzir a uma alteração da flora intestinal e à forma como esta se relaciona com o metabolismo”.
De acordo com Eva Lau, endocrinologista do Centro Hospitalar do Porto e investigadora da Faculdade Medicina da Universidade do Porto, e Cláudia Marques, do CINTESIS/NOVA Medical School, “várias doenças e mecanismos fisiológicos estão diretamente associados à perturbação do equilíbrio da microflora intestinal – também designada como microbiota”.
As investigadoras da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde analisaram a forma como uma dieta rica em gordura pode influenciar a microbiota e as consequências que podem surgir dessas alterações, com o objetivo de, no futuro, obterem novas abordagens terapêuticas.
Assim, foi possível concluir que, quando comparadas com dietas regulares, estas podem conduzir “a um aumento de reações inflamatórias e, ainda, a uma resistência à ação de insulina, aumentando, assim, o risco associado a pacientes com diabetes tipo 2”.
“Trata-se de uma interação complexa que, quando corretamente explorada, nos permitirá moldar a forma como os tratamentos são administrados, especialmente em casos de obesidade e distúrbios metabólicos”, explicam, salientando o facto de vivermos numa era em que se registam “aumentos significativos nos níveis de obesidade e de distúrbios metabólico”.
Os resultados deste estudo, que foi coordenado pela investigadora Conceição Calhau (CINTESIS/NOVA Medical School), foram hoje apresentados na 10.ª edição do Simpósio em Metabolismo, uma iniciativa promovida pelo departamento de Biomedicina da FMUP que visa promover a troca de conhecimento entre os vários participantes.
Nesta edição, o Simpósio em Metabolismo foi dedicado ao imunometabolismo, tendo sido abordados temas como inflamação crónica, doenças metabólicas, imunidade no cancro e microbiota.
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