“As obras decorrerão ao longo de um prazo estimado de aproximadamente dois anos, tendo sido aprovada a licença de construção por parte da Câmara Municipal de Lisboa no dia 26 de fevereiro 2021 e decorrem no edifício, desde essa altura, os trabalhos preparatórios dos empreiteiros”, pode ler-se num comunicado da proprietária do empreendimento, a JCKL Portugal–Investimentos Imobiliários, enviado às redações.
A mesma nota indica que a reabilitação do quarteirão está a cargo do consórcio constituído pelos empreiteiros Alves Ribeiro e HCI, escolhidos após “uma rigorosa consulta que contou com a participação de várias entidades interessadas, que mostraram cumprir os critérios respeitantes à experiência em obras de reabilitação com grande impacto a nível urbano em Lisboa”.
O projeto de recuperação do quarteirão da antiga pastelaria Suíça, no Rossio, que prevê a criação de um novo espaço comercial, com reabilitação das fachadas das lojas históricas, foi aprovado pela Câmara de Lisboa em novembro, com os votos favoráveis do PS, do PSD e do CDS-PP, a abstenção do BE e o voto contra do PCP.
Segundo a proposta, está prevista "a instalação de quatro unidades comerciais e de uma unidade de serviços", que ocupará a totalidade do piso em sótão, correspondente à mansarda.
“A empreitada é coordenada pela Byvision Engenharia e acompanhada pelo gabinete de arquitetura Contacto Atlântico, advogados SGA e CSA, engenheiros projetistas, historiadores e arqueólogos visando garantir a reabilitação do património atualmente degradado, respeitando os fundamentos da arquitetura Pombalina e da preservação dos espaços mais icónicos e identitários dos edifícios que integram o quarteirão”, destaca o comunicado hoje divulgado.
Esta obra, “de grande envergadura”, deverá envolver “mais de 130 trabalhadores”.
Citada na nota, Patrícia Rodrigues, responsável pelo desenvolvimento do projeto, designado “Rossio Pombalino”, defende que a reabilitação do degradado quarteirão irá “fazer jus ao espírito da época pombalina” ao mesmo tempo que vai garantir as condições necessárias “para que nasça no coração de Lisboa um novo centro de atração comercial de qualidade para os lisboetas e visitantes”.
“A obra será feita reabilitando, respeitando e preservando a memória de elementos originais e mantendo aqueles em que é reconhecível valor arquitetónico e patrimonial”, garante a responsável.
Conforme já tinha sido anunciado, a loja histórica de chás e cafés ‘Pérola do Rossio’ permanecerá no mesmo local, “garantindo a preservação da memória histórica da cidade”.
“Também na já extinta loja ‘Manteigaria União’ serão mantidos os seus elementos de valor arquitetónico e patrimonial”, de acordo com os promotores do projeto.
O quarteirão é desde 2018 propriedade da empresa JCKL Portugal - Investimentos Imobiliários.
Em dezembro, o movimento de cidadãos “Lisboa Precisa” criticou a criação de um novo espaço comercial no quarteirão da antiga pastelaria Suíça, defendendo um processo de reabilitação, com habitação, serviços e comércio, que “garanta a preservação da estrutura pombalina interior”.
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