Com o primeiro-ministro, António Costa, e vários ministros na bancada do Governo no hemiciclo, foi Duarte Alves, do PCP, a abrir, no final da votação, o período de declarações de voto orais, uma figura regimental pouco usada no parlamento.
Os argumentos foram idênticos aos usados, na quinta-feira, para justificar o voto contra: as insuficiências do documento, "a convergência PS-PSD" para aprovar o orçamento e "chumbar" as propostas dos comunistas, e o desequilíbrio, que "nega aos trabalhadores o [apoio] que dá aos grupos económicos".
Logo a seguir, a deputada do PS Marina Gonçalves fez um discurso diferente, contrariou PCP e BE para dizendo que a proposta, defendida pela esquerda, de apoio extraordinário para os trabalhadores "não deixa ninguém de fora".
E para o futuro, sublinhou o "esforço de convergência" dos socialistas com os partidos de esquerda e admitiu que "há um caminho a fazer que terá uma resposta no Orçamento do Estado para 2021".
Pelo PSD, o deputado Afonso Oliveira recordou os "tempos excecionais" a que o orçamento responde e reclamou para o seu partido uma "atitude de grande responsabilidade".
Não sendo o orçamento do PSD, afirmou, ajuda, no entanto, a minimizar o impacto da pandemia e "sai melhor do que entrou" na Assembleia da República.
A deputada Cecília Meireles, do CDS, que votou contra, criticou o orçamento pela falta de "informação essencial" sobre os custos da resposta de emergência à pandemia e do programa de estabilização, e reclamou como medida "da mais elementar justiça" o fim da obrigatoriedade da devolução dos manuais escolares.
Pelo PEV, José Luís Ferreira justificou o seu voto contra afirmando que o orçamento "deixou claro" que "estava longe do necessário para fazer face aos problemas do país e dos portugueses".
E Inês de Sousa Real, do PAN, que se absteve, alinhou no argumento de que o orçamento saiu melhor do que entrou no parlamento, apesar de não terem sido aprovadas propostas, por exemplo, para travar isenções fiscais a atividades poluidoras.
O mini-debate prosseguiu depois, de forma mais informal, com declarações nos Passos Perdidos, já depois de Costa e Rui Rio, líder do PSD, terem falado.
André Ventura, do Chega, justificou o seu voto contra com as falhas de um "orçamento irrealista", que não protege "as classes médias, as famílias e os trabalhadores".
A Assembleia da República aprovou hoje, em votação final global, a proposta de Orçamento Suplementar do Governo, que se destina a responder às consequências económicas e sociais provocadas pela pandemia da covid-19.
A proposta foi aprovada apenas com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD, BE e PAN e os votos contra do PCP, CDS-PP, PEV, Iniciativa Liberal e Chega.
A deputada não inscrita Cristina Rodrigues (ex-PAN) absteve-se e Joacine Katar Moreira (ex-Livre) estava ausente no momento da votação.
A Assembleia da República aprovou hoje, em votação final global, a proposta de Orçamento Suplementar do Governo, que se destina a responder às consequências económicas e sociais provocadas pela pandemia da covid-19.
A proposta foi aprovada apenas com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD, BE e PAN e os votos contra do PCP, CDS-PP, PEV, Iniciativa Liberal e Chega.
A deputada não inscrita Cristina Rodrigues (ex-PAN) absteve-se e Joacine Katar Moreira (ex-Livre) estava ausente no momento da votação.
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