“Confirmo o nosso interesse em apoiar completamente o processo de reforma do Governo. Segui com muito interesse e atenção a Conferência de Londres e os importantes compromissos que foram alcançados”, afirmou Guterres, depois de se reunir com o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, segundo um comunicado.
A ONU junta-se assim a 30 países e várias instituições financeiras internacionais que esta semana expressaram o seu apoio à Ucrânia, numa conferência celebrada em Londres para promover as reformas internas neste país.
Os ucranianos “têm direito a viver em paz e prosperidade e com um respeito completo pela sua independência, soberania e integridade territorial”, defendeu o líder das Nações Unidas, que considerou fundamental o respeito pelos Acordos de Minsk, sobre o cessar-fogo.
Guterres sublinhou que a ONU “estará a acompanhar e pronta a apoiar todos os esforços, tanto dos Quatro da Normandia (França, Alemanha, Rússia e Ucrânia), como do grupo de contacto trilateral e da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE)”.
As Nações Unidas, assegurou, fará “tudo o que é possível para resolver esta crise que se prolonga há muito tempo”.
“Podem estar seguros de que é algo que mantemos na agenda. Não é uma situação esquecida”, disse o secretário-geral da ONU.
Neste sentido, o diplomata assinalou que o organismo internacional está preparado para “melhorar” a sua cooperação e presença, com o objetivo de apoiar o Governo ucraniano nas reformas que leve a cabo.
“Não estou aqui para dizer à Ucrânia quais as reformas que a Ucrânia deveria fazer”, indicou Guterres, mas para “estar à disposição” do seu executivo no processo de paz.
A Ucrânia é palco desde 2014 de um conflito armado entre separatistas pró-russos do leste do país e o exército ucraniano, que já fez mais de 10.000 mortos.
A negociação política do conflito encontra-se bloqueada há meses devido em grande parte a contínuas e reciprocas acusações de violações ao cessar-fogo.
Os Acordos de Minsk, assinados em fevereiro de 2015, contemplam uma trégua estável com a retirada do armamento pesado e a introdução de reformas políticas para possibilitar eleições regionais nas zonas controladas pelos rebeldes pró-russos.
Kiev sustenta que não é possível alcançar progressos nos aspetos políticos do plano de paz enquanto a Ucrânia não assumir o controlo da parte fronteiriça com a Rússia, atualmente nas mãos das milícias pró-russas.
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