“Condenamos veementemente os ataques e apresentamos as nossas profundas condolências às famílias das vítimas e ao Governo de Moçambique”, lê-se num comunicado do gabinete do porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
A ONU assegurou que está a ser realizada uma estreita coordenação “com as autoridades locais para prestar assistência às pessoas afetadas pela violência”.
“As Nações Unidas reafirmam a sua solidariedade e apoio continuado ao Governo de Moçambique nos seus esforços para proteger os civis, restaurar a estabilidade e levar os autores destes atos hediondos à justiça”, referiu a nota.
“Estamos profundamente preocupados com a situação ainda em evolução em Palma, onde os ataques armados começaram em 24 de março, matando dezenas de pessoas, incluindo algumas que tentaram fugir de um hotel onde se abrigaram”, acrescentou a ONU, depois de já na quinta-feira ter mostrado preocupação com a “rápida deterioração da situação humanitária”.
A vila sede de distrito com 42 mil habitantes, que acolhe os grandes projetos de gás do norte de Moçambique foi atacada na quarta-feira por grupos insurgentes ‘jihadistas’ que há três anos e meio aterrorizam a região.
Dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, no norte de Moçambique, foram mortos pelo grupo armado que atacou a vila na quarta-feira.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
Segundo o secretário-geral da ONU, a população moçambicana precisa da ajuda urgente de cerca de 254 milhões de dólares (ou 18,7 mil milhões de meticais) “para enfrentar a tripla crise resultante da violência, das crises climáticas e da pandemia de covid-19″.
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou hoje o controlo da vila de Palma.
A agência oficial do movimento, a Amaq, divulgou imagens da vila e reivindicou a ocupação do capital do distrito, junto à fronteira com a Tanzânia.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
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