“Falamos de décadas de trabalho para que estes países se assemelhem à Europa pós-II Guerra Mundial, onde ainda encontramos, aqui e ali, material militar não deflagrado”, disse Agnes Marcaillou, diretora do Serviço de Ação de Minas das Nações Unidas, numa conferência que assinalou o dia internacional da consciencialização sobre minas.
Marcaillou afirmou que o departamento, que também lida com IED (engenho explosivo improvisado) e dispositivos não detonados, considera que a ‘limpeza’ das zonas reconquistadas ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Iraque deve custar entre 170 e 180 milhões de dólares por ano.
O valor inclui 50 milhões de dólares anuais apenas para retirar armas de Mossul, no norte do Iraque.
As forças iraquianas e a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos estão envolvidas numa operação de vários meses para recuperar Mossul, a segunda maior cidade do país, do controlo do Estado Islâmico.
Em janeiro, as autoridades iraquianas declararam que o leste da cidade foi “totalmente libertado”. Os combates continuam para reconquistar o lado ocidental da cidade.
Marcaillou afirmou que tornar o Iraque e a Síria lugares seguros implica um esforço complexo, sofisticado, “de enorme magnitude”, mas que é possível.
“Quanto mais financiamento estiver disponível, mais equipas podemos contratar, mais formação podemos dar às forças iraquianas e outras. O objetivo é capacitar o governo do Iraque para tratar do problema, como os franceses e os alemães” e os britânicos fizeram depois da Segunda Guerra Mundial.
A responsável instou a comunidade internacional a aumentar o financiamento, de modo a que seja possível os refugiados sírios e iraquianos regressarem aos seus países e viverem em segurança.
No que toca à assistência às vítimas de minas, IED e outros dispositivos, Marcaillou disse que a ONU está “muito envolvida na análise da impressão 3D de membros protéticos”.
A utilização da impressão 3D pode reduzir o custo dos membros artificiais de cerca de 18 a 20 mil dólares para três a cinco mil dólares.
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