O observatório (IMEO, na sigla inglesa), que também é apoiado pela Comissão Europeia (CE), “irá melhorar a precisão dos relatórios e transparência pública das emissões de metano causadas pelo homem” e vai concentrar-se, inicialmente, no setor de combustíveis fósseis e, posteriormente, será estendido “a outros setores importantes, como a agricultura e resíduos “, explicou o PNUMA, em comunicado, citado pela EFE.
O órgão da ONU lembrou que “o metano lançado diretamente na atmosfera é mais de 80 vezes mais potente do que o CO2 [dióxido de carbono] num horizonte de 20 anos”.
Porém, dada a sua curta vida atmosférica (10 a 12 anos), reduzir as emissões de metano “pode levar a uma descida mais imediata na taxa de aquecimento [do planeta].”
O diretor executivo do PNUMA, Inger Andersen, alertou que, para “evitar os piores efeitos das alterações climáticas”, é necessário “cortar as emissões de metano da indústria de combustíveis fósseis”.
“As reduções de metano devem ser acompanhadas de ações para descarbonizar o sistema energético, para limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius, conforme preconiza o Acordo de Paris”, acrescentou.
O observatório vai produzir um banco de dados público sobre as emissões de metano, começando com o setor dos combustíveis fósseis, que permitirá que governos e empresas “concentrem as ações de mitigação estratégicas e apoiem medidas de base científica”.
De acordo com um estudo recente do PNUMA e da Coligação Clima e Ar Limpo (Climate and Clean Air Coalition), a redução das emissões de metado derivadas de atividades humanas, combinada com outras medidas comprovadas, “poderia reduzir 0,28 graus do aumento da temperatura média do planeta esperado até 2050”.
O IMEO tem um financiamento de 100 milhões de euros durante cinco anos, que será disponibilizado por governos e filantropos, bem como pela CE, enquanto membro fundador, e “não receberá financiamento da indústria” para “manter a sua independência e credibilidade”, esclareceu a entidade.
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